BLOCO CARNAVALESCO CULTURAL E RECREATIVO RAÍZES DA TIJUCA
CARNAVAL 2020
“RAÍZES NO REINO DE OYÓ”
SINOPSE
Oduadá, era um guerreiro que vinha do Leste e após invasões e conquistas tornou-se o primeiro Alafim de Oyó, com sua morte os sete príncipes fizeram a partilha tornado agora Oraniã o segundo Alafim de Oyó. Passaram-se o tempo e Orainã morreu deixando o trono para Dadá-Ajacá, terceiro Alafim de Oyó, sensível e pouco desbravador não conhecia nem sentia desejo de guerrear e conquistar territórios.
Eis que surge Xangô, irmão de Dadá-Ajacá e rei de Kossô pequena cidade próxima a Oyó.
Xangô era desbravador, guerreiro, buscava sempre conquistar espaços, logo destronou Dadá-Ajacá e o exilou como rei de uma pequena cidade se tornando então o quarto rei de Oyó. O maior dos Alafim de Oyó!
Começa então a viajem pelo mundo das pedreiras dos raios e dos trovões, o rei guerreiro, protetor do seu povo, pai da justiça, o amado e aclamado por todos de Oyó, o verdadeiro Obá de Oyó!
Chega ao reinado absoluto o rei, viril, vaidoso, forte e corajoso conquistando territórios e unindo povos Iorubá, enfim naquela terra Africana um verdadeiro rei que castigava os ladrões, mal feitores e protegia sua cidade Oyó a sua casa, o seu ninho.
Buscava a melhor forma de governar sendo muito exigente consigo, e com seu exército gostava de vencer logo era preciso muito planejamento para as suas conquistas, não dava passos maiores que suas pernas, controlava tudo e todos a sua volta para a perfeição. De acordo com a Mitologia Iorubá o Obá de Oyó pediu para Iansã uma de suas três esposas, sendo Oxum e Obá as outras duas, ir buscar entre as distante montanhas do reino dos baribas uma substância que daria a ele mais poder, a curiosidade que falava mais alto que o cansaço da longa viajem fez com que a esposa do Alafim abrisse e tomasse a substância, assustou-se logo ao perceber que cuspira fogo.
O forte guerreiro logo começou a usar e a treinar praticas para aperfeiçoar as novas técnicas, as luzes no céu Iorubá e os fortes barulhos assustavam a população de Oyó que também se impressionavam e admiravam ainda mais o seu Alafim com aqueles raios que ele aprendeu a soltar e os trovões que acompanhava os raios como uma dança sem fim.
Xangô, também conhecido como Sangó, é um dos Orixás mais populares no Brasil e preza pela justiça e pelo fogo. Sentimento de derrota é uma coisa que não existe em sua personalidade. Apesar de ser famoso por sua ação repressiva e autoritária, consegue distinguir entre o bem e o mal.
Os Raios e trovões são suas armas, que envia como castigo a quem age de maneira contrária a seus princípios de justiça, mais também trás consigo grandes cargas elétricas e o poder do fogo. Os filhos de Xangô são justos e odeiam a mentira e a falsidade.
Xangô é justiceiro.
Xangô nasce do poder e morre em nome do poder. Rei absoluto, forte e imbatível. O prazer de Xangô é o poder. Xangô manda nos poderosos, manda em seu reino e nos reinos vizinhos. Xangô é rei entre todos os reis. Não existe uma hierarquia entre os orixás, nenhum possui mais axé que o outro, apenas Oxalá, que representa o patriarca da religião e é o orixá mais velho.
Contudo, se preciso fosse escolher um orixá todo-poderoso, quem, senão Xangô… O trono de Òyó já pertencia a Xangô por direito, pois seu pai foi o fundador da cidade. Xangô é o rei que não aceita contestação, todos sabem de seus méritos e reconhecem seu poder, Xangô foi o grande alafim de Òyo porque soube inspirar responsabilidade e poder aos seus súbditos, tomou as decisões mais inteligentes e sábias e, sobretudo, por seu senso de justiça muito apurado. Xangô é viril e potente, violento e justiceiro, castiga os mentirosos, os ladrões e os malfeitores. Identificado no jogo de búzios pelos odús Obará e Ejilaxebora…
Foi ele quem criou o culto de Egungun, sendo ele o único Orixá que exerce poder sobre os mortos. Xangô é a roupa da morte, por este motivo não deve faltar nos Egbòs de Ikù e Egun, o vermelho que lhe pertence. Ao se manifestar nos Candomblés, não deve faltar em sua vestimenta uma espécie de saias curtas, com cores variadas e fortes, que representam as vestes dos Eguns.
Seu símbolo é o machado de dois gumes e a balança, símbolo da justiça em melhor análise do equilíbrio.
Deus do fogo, que pune aos que lhe querem mal com febres e ervas que lhe são atribuídas. Joga sobre os inimigos sua bola de fogo através dos raios, chamadas edunara, pedra de raio que representa o corpo de Xangô, seu símbolo por excelência, pela mitologia do elemento procriado por um lado e que irmana Xangô a Bará por outro lado.
Xangô tem no seu ritmo de dança o Alujá. A manifestação com toques diferentes, como a dança do machado, a dança da guerra.
Branda orgulhosamente o seu Oxé o seu símbolo ora cortando par o bem, ora cortando para o mal. Na cadência, faz o gesto de que vai pegar as pedras de raio e lança-las sobre a terra, demonstrando seu lado atrevido. Em certas festas traz sobre a cabeça uma gamela de madeira, que contém fogo que começa a engolir, revelando a origem do seu fundamento.
Xangô antigo orixá do fogo celeste, visto pelos mortais como símbolo da justiça divina, já que o raio atinge a cabeça de quem os deuses resolveram punis. Sendo o grande justiceiro que governa com retidão.
Xangô, chefe do vermelho, rei de Oyó, dono do fogo é um evidente símbolo solar, com seus 12 Obás, seus 12 pares, seus 12 cavalheiros, donde são conhecidos como os 12 Obás de Xangô.
Os doze obás são divididos em duas falanges: seis da direita (Qtun) e seis da esquerda (Ósi), representando os dois lados da justiça, assim como o Oxê, machado de duas lâminas de Xangô. Os obás da direita têm direito à voz e voto, os da esquerda, à voz. Os obás são especialmente chamados de “pai” pelos filhos de Xangô e sentam-se ao lado da Iyalorixá, como ministros ao lado de seu rei. Têm a missão de preservar as tradições religiosas e lutar pelo crescimento e pela respeitabilidade da religião africana.
Diante deste mundo de desigualdades e hipocrisia a necessidade de um Orixá guerreiro e justo tornou-se cada vez mais importante.
Para que cada um receba apenas aquilo que por direito lhe pertença. Nem Mais, nem menos…
Através da proteção de Xangô conseguiremos, enfim, ter um mundo mais justo para todos os povos, com perfeito entendimento e igualdade entre todas as raças, culturas e religiões, basta que para isso cada um de nós assuma sua missão de obá da justiça, de Obá de Xangô.
Carnavalesco: André Tabuquine
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