RECORDANDO CARNAVAIS
GRÊMIO RECREATIVO ESCOLA DE SAMBA UNIDOS DE COSMOS
CARNAVAL DE 2012
YURI GAGARIN VOLTA AO COSMOS
DADOS DO DESFILE
Resultado: 8ª Colocada do Grupo D (5ª divisão) da AESCRJ com 296 pontos
Data, Local e Ordem de Desfile: 2ª Escola a desfilar no Grupo D em 20/02/2012, Segunda-Feira, Estrada Intendente Magalhães, Campinho
Autor do Enredo: José Geraldo dos Santos, Raphael Ladeira e Ney Lanzellotti
Carnavalesco: Raphael Ladeira
Presidente Administrativo: José Geraldo dos Santos
Diretor de Carnaval: Rafael Júnior
Diretores de Harmonia e de Evolução: Eduardo Silva
1º Casal de MS e PB: Jansen e Suelen Martins
2º Casal de MS e PB: Lucas e Tayane Rafael
Diretor de Bateria: Mestre Léo VK
Rainha de Bateria: Gabriela Monsores
Coreógrafo da Comissão de Frente: Professora Érika
Responsáveis pela Ala das Baianas: Lucimar
Responsável pela Ala das Crianças: Professor Carlos Roberto
Responsável pela Galeria da Velha-Guarda: Ivette dos Prazeres e Vavinho
Contingente: 1 Carro Alegórico e 02 tripés
SAMBA-ENREDO
Autores: Laio Lopes, Lelo, Camillo e Hugo de Oliveira “Tamborim”
Intérprete: Aurélio Brito
E assim a verde branco segue unida / Acima das nuvens eu vou te levar pra desbravar
Nessa viajem rumo ao espaço sideral / Desvendar astronomia
Com Julio Verne o nosso sonho é mais real
Os sábios e inventores não poderiam imaginar
Como é bonito contemplar o azul do mar / A Lua e o Sol vistos de lá
A nave do Cosmos vai decolar / Yuri Gagarin vai nos guiar
Fui pro horizonte, busquei na imensidão / Trouxe a estrela do meu pavilhão
Cruzou o céu / O nosso amigo mais fiel
Que virou astro no universo / Um grande herói nessa aventura espacial
O Russo chegou, no Brasil se tornou / Delírio nacional
E o tio Sam ficou tão cego de ambição / Seu sonho se perdeu na escuridão
Em Campos comemorando eu vou em alto astral
Parabéns ao cosmonauta em seu ziriguidum celestial
Batam palmas que o show vai começar / E cosmos te convida a viajar
Vem pra intendente nessa nave espacial / Ver a minha escola campeã do carnaval
Roteiro do Desfile:
Comissão de Frente: “Grande Luta” – Reproduz através de um grande combate, o que foi este período da História recente da Humanidade onde Estados Unidos e União Soviética duelavam pela conquista do espaço.
1º Casal de MS e PB: “O Firmamento” – A dança dos astros e estrelas traçando no céu o destino da Humanidade, intrigando homens a longo do tempo, inspira a vestimenta do casal.
Ala 01 – Baianas: “A Terra é Azul” – As senhoras da escola trazem para avenida a visão maravilhada de Gagarin em seu vôo pioneiro pelo espaço.
Alegoria 1 (Abre-Alas): “A nave” – Reproduz o interior na cabine de Gagarin onde em uma imagem alegórica Gagarin aparece sentado pilotando a nave tendo em sua volta o universo aqui representado por belas mulheres, na alegoria ainda há grandes foguetes que lembram a contribuição da ciência aeroespacial russa, para que as viagens cósmicas fossem possíveis.
Ala 02: “As Profecias de Júlio Verne” – Invoca as profecias do visionário escritor francês, Júlio Verne, que já havia previsto em seus contos de ficção quase 100 anos antes, o inicio das viagens espaciais.
2º Casal de MS e PB: “Tributo ao Renascimento” – Invoca o novo pensamento que surgir a partir do movimento renascentista
Ala 03: “Astrônomos e inventores” – Traz a sabedoria dos Astrônomos e inventores que a partir do Renascimento passaram a dedicar seus estudos e conhecimentos para decifrar os mistérios do cosmos.
Ala 04: “Sumérios e Egípcios” – São os pais da Astronomia, foram os primeiros a buscar decifrar os mistérios do cosmos.
Ala 05: “Gregos e Romanos” – Filósofos, pensadores da antigüidade Greco- romana, também demonstraram seus interesses pelo que havia acima das nuvens.
1° Tripé: “O mistério” – Na busca de explicar o desconhecido o homem criou deuses e construíram imagens sobre o que haveria junto às estrelas, na alegoria uma deusa alada carrega o globo terrestre afim de demonstrar todo o imaginário humano do cosmos.
Ala 06 – Bateria: “Desbravadores do Espaço” – O espírito aventureiro e a coragem de Gagarin e aqui exaltado.
Ala 07 – Passistas: “Os Encantos do Universo” – A magia e a beleza dos astros são aqui demonstrados pelos corpos esculturais de nossas mulatas que assim como as estrelas no céu estão em constante movimento.
Ala 08: “Capitão América” – Numa visão carnavalesca apresentamos o personagem norte americano com feições demoníacas.
Ala 09 – Crianças: “Os rastros do Laika” – Exalta Laika a cadelinha soviética que foi o primeiro ser vivo no espaço, abrindo caminho para que o homem pudesse enfim o conquistar.
Ala 10: “Orgulho Russo” – Mostra Gagarin como um símbolo da Rússia.
2° Tripé: “Ao céu levei a estrela do comunismo” – Exalta a vitória comunista na corrida espacial frente ao imperialismo norte americano. Na alegoria duas grandes mãos erguem ao céu a estrela soviética.
Ala 11: “Era Espacial” – Giram as ampulhetas do tempo mas as viagens cósmicas são uma realidade, porém o nome de Gagarin continua a ser exaltado.
Ala 12: “Em Campos vou comemorar” – Lembra o que foi a maior comemoração fora da Rússia dos 50 anos da primeira viagem espacial, ocorrida em Campos dos Goytacazes, Município do Rio de Janeiro onde se reuniram astrônomos, astro-físicos, amantes da astronomia, cosmonautas, astronautas e intelectuais de várias áreas do mundo para celebrar o pioneirismo de Gagarin.
Na fantasia” o brasão de Campos” se junta a bandeiras de várias nações para dizer que o mundo aclama a Gagari e exalta o feito do cosmonauta russo.
Ala 13 – Compositores: “Sambistas”
Ala 14 – Velha Guarda: “Ziriguidum nas Estrelas”
Justificativa:
Faz cinquenta anos que Yuri Gagarin se tornou o primeiro Homem a viajar pro espaço sideral.
E hoje cinquenta anos depois, apetece-me reescrever a História, diria mais repor o que se passou e evocar algumas páginas esquecidas da conquista do espaço, num hino de amor e perdão do cosmos, aqueles que foram os primeiros a revelar os seus segredos e mistérios da humanidade.
Revivendo através da magia do carnaval esta grandiosa aventura humana no espaço sideral que muito se deve a ciência russa que demonstrou, por exemplo, que os foguetes podem entrar em órbita à volta da Terra, chegando a calcular a quantidade de combustível de propulsão que consumiriam.
Bem, voltemos no tempo, há cinquenta anos atrás, a Vostok partiu para o cosmos, levando no seu interior o cosmonauta Yuri Gagarin, um militar experimentado, que a 300 km de altitude em órbita da Terra declarou que a Terra é bela e azul.
Escrevendo no céu junto às estrelas do firmamento, que desenham no infinito o destino dos homens, este que é um dos mais belos e emocionantes momentos da História Moderna da Humanidade, a conquista do espaço pelo homem.
Por isso o Grêmio Recreativo Escola de Samba Unidos de Cosmos se insere nestes festejos e traz para Passarela Popular da Intendente Magalhães – Carnaval 2012 – o pioneiro feito de Yuri Gagarin, com o enredo “Yuri Gagarin volta ao Cosmos”. Pela Avenida, Cosmos e seus componentes exaltarão a extraordinária façanha do Cosmonauta Russo e a sua passagem por cidades brasileiras quando foi aclamado por trabalhadores, estudantes, intelectuais e autoridades do Brasil como “O EMBAIXADOR DA PAZ MUNDIAL”. Onde em nosso sonho de carnaval, Yuri Gagarin volta ao cosmos e com a nossa aguerrida Unidos de Cosmos faz um ziriguidum celestial.
Introdução:
Sumérios, Egípcios, Babilônios e Assírios desenvolveram a Astronomia. Eles criaram calendários observando os astros e o rei Sol. Desde a Grécia Antiga a Roma Imperial o homem almejava trilhar o horizonte sem fim. Os mistérios do Cosmos intrigavam as mentes dos homens desde a Antiguidade, levando a Humanidade a sonhar com a conquista do espaço sideral.
Kepler, Copérnico, Giordano Bruno, Leonardo Da Vinci e Galileu Galilei, ousaram, sonharam e pesquisaram sobre os encantos e a magia do Cosmos.
Com Júlio Verne a ficção ganhou asas. O homem viaja ao espaço, descobre os mistérios da lua; mas a espécie homo sapiens sapiens ainda não atingiu as conquistas dos sonhos. É fato que a Ciência Alemã ajudou na conquista do espaço sideral. Os Soviéticos desenvolveram foguetes interplanetários, mandaram animais descortinar o Cosmos, mas faltava enviar o mais evoluído dos seres conquistar o espaço infinito.
O desenvolvimento social do Leste Europeu permitiu que esta proeza coubesse a um filho de camponês russo que dominando a arte da aeronáutica com maestria chegasse ao Cosmos pela primeira vez. Yuri Gagarin, em 12 de abril de 1961, faz a primeira viagem triunfal ao Cosmos, desafiando os limites da ciência da época. Ele observou lá de cima os encantos que muitos homens de distintos povos queriam conhecer, mas coube ao Cosmonauta Russo Yuri Gagarin o pioneirismo da conquista do espaço pelo homem e ao povo eslavo comemorar as glórias do seu filho saído do campo para as páginas da História Universal. Das conquistas espaciais soviéticas é que outros países partiram pra exploração do Cosmos. Chegamos ao cinquentenário da conquista do espaço por Gagarin, seu nome não se apagou da nossa memória e por todo o mundo acontecem comemorações pra lembrar o grande feito do ilustre cosmonauta russo.
Sinopse:
“Peço-te que não morras de dor. A vida é vida e ninguém está livre de amanhã ser atropelado por um automóvel. Eu acredito completamente na tecnologia. Ela não deve enganar, mas se algo acontecer, devemos saber tudo até ao fim. Deve saber que eu vivi, até agora, honestamente, com verdade e sendo útil para as pessoas, embora a minha vida tenha sido ainda curta.”
“Quando era criança, li as palavras de Tchkalov: “A ser, tenho de ser o primeiro”. Tento ser assim até ao fim”
Trechos da carta de Yuri Gagarin , a sua esposa Valentina Gagarin antes de sua viagem ao cosmos.
Faz 50 anos, mais parece que foi ontem, que alcei ao espaço num voo triunfal, levando acima das nuvens o olhar da Humanidade, me tornando um herói de meu tempo, elevei ao céu a bandeira do internacionalismo proletário, em um mundo de Guerra Fria, onde cada capítulo desta corrida espacial era comemorado com grande entusiasmo por nós russos, ou por nossos adversários ideológicos os Yankees.
A bordo de minha nave, a cápsula espacial Vostok pude me maravilhar ao ver que o planeta Terra é belo e azul.
Cumpri com as profecias, transformei os sonhos de ficção do francês Júlio Verne em real.
Revelei ao mundo os mistérios que há muito intrigavam homens como Copérnico, Kepler, Giordano Bruno, Leonardo Da Vinci e Galileu Galilei, que ousaram, sonharam e pesquisaram ao longo de suas vidas sobre os encantos e a magia do cosmos.
De minha nave em meu voo solitário e pioneiro pelo espaço, olhei o universo por um outro olhar, deixando definitivamente para trás a visão surreal de povos antigos como Sumérios, Babilônios, Assírios, Egípcios, Gregos e Romanos que embora tenham desenvolvido a Astronomia ainda guardavam em sua essência as amarras de um tempo onde ciência e religião caminhavam juntas.
Rompi com as barreiras gravitacionais, e o universo desbravei, venci os imperialistas norte-americanos, calei seus falsos heróis, Seguindo os rastros de Laika uma cadelinha danada e esperta que fora a primeiro ser vivo a se aventurar pelo universo, fiz o mundo ocidental por algum tempo, ou melhor por 108 minutos se rederem aos ideais de Marx e Lênin, elevei ao céu a estrela do comunismo, me tornei o porta voz de seus ideais, a glória viva do guerreiro vencedor.
Da minha querida Rússia ao Brasil cheguei e fui aclamado Embaixador da paz com entusiasmo e festa, e hoje, em plena era espacial, num mundo onde as viagens espaciais já se tornaram uma realidade, vejo com emoção que meu nome não fora esquecido, que aquela frase que ouvi quando criança tem lá seu sentido pois como ela mesmo nos ousa dizer “ se é pra ser, que seja o primeiro, pois seu nome jamais será esquecido”.
E se os verdadeiros heróis pioneiros jamais são esquecidos aqui estou eu novamente de volta ao cosmos, junto de uma gente que parece jamais ter conhecido a gravidade, pois vive a flutuar com os pés fora do chão, em uma terra que muito valoriza a Astronomia, Campos dos Goitacazes, a festejar e reviver os cinquenta anos deste grande feito da História Atual da Humanidade que fui protagonista, a conquista do espaço pelo homem. E como Neste país Sul Americano tudo termina em samba: Vem comigo neste Ziriguidum Celestial, vê a Rússia cair no samba com a Unidos de Cosmos.
Desenvolvimento:
E mais uma vez aqui estamos, aventureiros por natureza, a preparar novamente as malas para outra grande aventura. Embarcar numa astronave rumo ao espaço, ao infinito cosmos, na companhia do cosmonauta russo Yuri Gagarin, o primeiro homem a viajar ao espaço e retornar com segurança.
Assim, lá vamos nós, desbravadores do espaço, cruzando a órbita da terra com nossa nave, livres da gravidade.
E bem do alto, em meio às estrelas, poderemos perceber a grandeza do universo, e a perfeita harmonia entre os astros, o brilho cintilante da Lua refletindo a luz, e a magnitude da estrela maior o Sol.
Ah! terra, nosso lar, nossa casa e por si só um espetáculo a parte, como é linda daqui do alto! Sua cor azul me faz lembrar o céu visto daí de baixo.
Ah, grande Copérnico, grande Galileu, vocês foram geniais nas observações sobre o espaço e tudo que há de belo aqui em cima! Pena não terem vivido para ver de perto o que observaram de tão longe.
Ah, genial Leonardo Da Vinci, pena que suas máquinas voadoras e todas as suas maravilhosas invenções não foram capazes de levá-lo tão alto para que pudesse desfrutar de toda a beleza dos céus.
Ah, pobre Capitão América, parece mesmo ter preferido a ficção do que a realidade. Enquanto perseguia, ao lado da Mulher Maravilha, o Inimigo Verde imaginário que surgiria do espaço para tomar toda a galáxia, dando ouvidos as histórias surreais, incutindo na mente humana histórias de ficção cientifica, eu pude ter a honra de ser o primeiro a deslumbrar toda beleza do cosmos.
Desculpem-me e perdoem-me os crédulos, pois apesar de procurar, não vi Deus por aqui, olhei para a Lua e o cavaleiro não estava por lá.
Só sei que aqui tudo é tão maravilhoso, que eternamente poderia voar por entre as estrelas. Longe de toda a miséria humana, das máquinas, das bombas nucleares dos tanques de guerra, construídos pelo homem para levar a dor e o caos ao planeta, que daqui do cosmos vejo tão belo. Agora sei por que Laika, sua cachorra danada, não voltou para nos contar como era o cosmos, preferiu ficar por aqui, junto com as estrelas, perdida no espaço, na companhia deste tripulante da folia, que parece jamais ter conhecido a gravidade, viver eternamente com os pés fora do chão, a flutuar com a cabeça no mundo da lua, sambando e sonhando e poder soltar o grito de “Campeã”.
Os bichos do espaço (Laika, o primeiro ser vivo que foi ao espaço).
Exploração Espacial: Os Mártires que Não Falam
Quando o homem decidiu a lançar-se ao espaço, superar questões de natureza prática assumiram todo peso do impossível, pois fazer um artefato ir ao espaço e retornar com o mesmo, ou o possível do mesmo, era atributo de ficcionistas, como Julio Verne (Viagem à Lua).
Um dos maiores obstáculos a empreitada seria a “força” necessária para fazer o artefato sair da Terra, não sendo possível, com a tecnologia disponível até meados da década de 40 do século passado, tal feito. O desenvolvimento do motor a reação (propulsão jato – foguete), com seu posterior refinamento, resolveu esta parte.
Os cálculos necessários para navegação espacial, posto que complexo, podiam ser desenvolvidos e dominados pelo homem, sendo já obstáculo natimorto para a aventura.
Faltava, entre outros problemas, resolver um dilema capital: pode-se sobreviver a uma viajem ao espaço? A resposta para esta questão seria de difícil solução, pois como se poderia mandar uma pessoa para o desconhecido, sem qualquer parâmetro que abalizasse a empreitada?
A resposta a esse dilema talvez só pudesse ser dada por um mártir, um herói que caminhasse para a morte certa, que fosse suficientemente capaz de cumprir um determinado conjunto de exigências e, no processo, morrer. Como fazer isto com um ser humano?
O homem, para si o soberano da criação sabe, em momentos difíceis, que não está sozinho nesta vida, e quando a situação “aperta”, sabe que sempre pode lançar mão de um “companheiro de viagem” (de pelo menos 10 mil anos, talvez mais) da existência no planeta.
Em muitas ocasiões, o cão doméstico (Cannis lupus) salvou o homem de situações perigosas , mortal, mesmo com o sacrifício da própria vida. Seria agora, novamente, chamado para cumprir esta missão.
Um corpo complexo, grande e exigente como o do ser humano, carrega tantas variáveis que seria impossível à época (como o é agora) desenvolver um modelo capaz de compreender todas as nuances provocadas pelo ambiente extraterrestre. Fundamental ter um modelo vivo e próximo para guiar os cientistas nesta pesquisa.
A escolha de um cachorro seria uma possibilidade viável, pois fisiologia e estrutura são próximas, são bem conhecidos em termos de biologia e, importante para o projeto, poderiam repetir ações nos quais foram adestrados.
O trabalho de enviar laika para um vôo orbital (o primeiro com um ser vivo) passou pela captura dos cães – recolhidos de ruas de Moscou – a seleção e treinamento dos mesmos no centro espacial de medicina de Moscou e avaliações da capacidade de cumprir a missão.
Originalmente Laika foi chamada de Kudryavka (crespinha), recebendo também o nome de limãozinho e bichinho (Limonchik e Zhuchka, respectivamente) e só no final de seu treinamento foi denominada Laika (mesmo nome da raça, com significado “que ladra”).
Fisicamente, Laika era um cão entre pequeno e médio, com aproximadamente seis quilos de peso, aproximadamente 3 anos de idade e, segundo cientistas que conviveram , esperta e calma.
O treinamento estava a cargo do cientista Oleg Gazenko, do centro espacial, e consistia em habituar e treinar os animais – havia três cães diretamente envolvidos – ao espaço reduzido da cabine, as constantes acelerações e frenagens da cabine e ao desconforto físico, térmico e sonoros da mesma. Interessante notar que os princípios técnicos desenvolvidos foram utilizados com os futuros cosmonautas humanos no centro de treinamento espacial em Baiakur.
Os “amigos” de Laika, também capturados em ruas moscovitas, foram Albina e Mushka, recebendo tratamento e treinamento igual. Foram utilizados em vários testes, e Albina ficou de reserva, caso Laika não pudesse ir.
A missão
O foguete foi lançado no dia 3 de novembro de 1959, sendo Laika acondicionada em uma cadeirinha especial, limitadora de movimentos, estando ligada a sensores que mediam constantemente temperatura , batimentos cardíacos e movimentos do animal. Um traje próprio, com dispensador para os resíduos foi vestido no cão, e havia alimento e água para sete dias, embora a missão devesse durar de três a quatro dias.
A construção da nave – Sputnik 2 – foi apressada, devido a ordem de Khrushchev, líder à época, para lançar um artefato no mesmo dia que se comemorava a revolução russa. O resultado da urgência foi uma nave que apresentou falhas no mecanismo de refrigeração, uma das possíveis causas da morte de Laika entre 3 e 7 horas após o lançamento do Vostok. As condições físicas, provocadas pelo terrível estresse do lançamento, devem ter contribuído para a morte do animal. De qualquer forma, não havia plano desenvolvido para recuperar o animal com vida.
Repercussão
Na época pouco ou nada se discutiu sobre o destino de Laika, exceto algumas vozes britânicas contra o maus tratos de animais. O mundo da guerra fria e a empolgação pela conquista espacial tolheram quaisquer outras formas de se pesar custos e benefícios da corrida espacial. O sacrifício foi momentaneamente esquecido.
Após alguns anos a contribuição do bravo cãozinho foi reconhecida, sendo o único animal não humano (por enquanto) retratado em uma placa monumento que apresenta os heróis da aventura espacial, estando retratada surgindo por entre as pernas de um cosmonauta. Escolas, construções e até mesmo uma marca de carro homenageiam o animal. Uma bela escultura, próximo ao centro de treinamento também faz homenagem. Sem dúvida, Laika honrou as tradições dos cães, bravos amigos da humanidade.
Repercussão da visita de Gagarin ao Brasil
Yuri Gagarin, digno representante do povo russo, ficou maravilhado com a acolhida recebida em terras tupiniquins. Embora filho de uma nação eslava, com mentalidade européia, o cosmonauta russo não deixou a ditadura da razão embotar seus sentimentos de humano, em confraternizar com pessoas de outros povos o impressionante feito.
Consta, segundo relatos da época, ter o automóvel em que Gagarin transitava no Rio, sido erguido em meio a multidão, enquanto o cosmonauta era saudado aos gritos de Gagarin, gagarin, gagarin.., pelo povo que o veio receber.
Em São Paulo, cidade trabalhadeira e industrial, a exemplo do povo eslavo, mais contido em suas demonstrações de emoção, foi nosso herói, assim como a cobertura jornalística brasileira que o acompanhava, surpreendidos com a explosão emocional que a visita daquele homem de 1,60 cm, aproximadamente, causaram. As pessoas, tomadas de incontida emoção, ignoraram barreiras policiais para se aproximarem do herói, quando possível, segundo relatos da época, até de botões de sua roupa queriam ter, como recordação.
Na cidade de São Paulo, a recepção oficial, encabeçada pelo prefeito Prestes Maia (interessante coincidência…) galardoou-o com diploma e medalha “Pioneiro do Cosmos”, ressaltando toda importância do feito.
Em Brasília, ainda pouco mais que uma cidade recém inaugurada, Gagarin foi saudado e condecorado pelo presidente Jânio Quadros, que palestrou um bom tempo com o cosmonauta, relembrando de sua estada agradável na Rússia, e se inteirando de fatos da histórica viagem.
Vale destacar que o povo brasileiro recebeu muito bem o cosmonauta. No Rio, Adelina Fernandes, uma moça brasileira, congratulou-se com Gagarin, chamando- o de “Embaixador da paz”, reiterando o desejo de todo povo brasileiro pelo sucesso desta nova missão. O cosmonauta também recebeu beijos de outras moças, em outras ocasiões, o que, sem dúvida, deve ter deixado Gagarin bem feliz, pois consta o mesmo ser bem chegado a atenções femininas (detalhe: Gagarin era casado com uma colega da escola de aviação…).
A visita do cosmonauta mobilizou intelectuais, trabalhadores, estudantes e mesmo a alta sociedade, pois o fato era bastante badalado internacionalmente. O povo trabalhador que, de alguma forma assistiu o evento foi caloroso, porém não foi de maneira alguma uma revolução social, sendo mais uma questão de demonstração do poderio, simpatia e boa vontade soviéticos para o mundo (lembre-se : Guerra Fria). Apesar de toda polarização à época, até mesmo militares receberam bem o “Russo das estrelas”, demonstrando toda a importância do feito.
Campos dos Goitacazes – A Vanguarda da Astronomia fluminense
O Clube de Astronomia Louis Cruls, Fundação Cultural Oswaldo Lima, a Prefeitura de Campos dos Goitacazes e o Instituto Federal Fluminense Realizaram o 4º encontro Internacional de Astronomia e Astronáutica que teve como tema Principal os Cinqüenta Anos da conquista do espaço pelo homem, o grande feito do cosmonauta russo Yuri Gagarin. Campos de 21 a 23 de abril de 2011 se tornou a capital brasileira da astronomia. Cosmonautas Russos, Astronauta Norte-Americano, Marcos Pontes, o primeiro Astronauta brasileiro que foi ao espaço, Astrônomos, físicos e intelectuais de várias áreas do conhecimento participaram da homenagem a Yuri Gagarin no Teatro Trianon de Campos dos Goitacazes. O Clube de Astronomia de Campos realizou a maior comemoração dos cinqüenta anos que Yuri Gagarin viajou ao cosmos e, com certeza, no ziriguidum sideral, do Unidos de Cosmos têm sambistas da terra do grande compositor Wilson Batista. A encantada nave de Gagarin decolou de Cosmos, passando por Campos, e chegando a passarela cosmonáutica.
O Clube de Astronomia Louis Cruls está comemorando 50 anos e hoje é considerado um dos grupos de ensino e divulgação da astronomia mais famosos do mundo, o Clube de Astronomia de Campos realizou a maior celebração da América Latina em homenagem aos cinqüenta Anos da viajem de Yuri Gagarin ao Cosmos.
BIBLIOGRAFIA: TEXTOS DIVERSOS SOBRE A CONQUISTA DO ESPAÇO POR YURI GAGARIN
Verne, Júlio; Viagem à Lua – Circulo do Livro, São Paulo 1984
Vieira, Cristina; Egito (Culturas, Histórias e Mitos – Editora Escala, São Paulo, sd
SITES (Wikipédia, UOL Educação, A Lusa, Voz da Russia);
Jornais: Pravda, Granma, Jornal do Brasil, O Globo, New York Times, Folha de São Paulo.
Textos do Clube de Astronomia de Campos (Louis Cruls): Professor Marcelo de Souza.
Fontes:
Samba na Intendente
Galeria do Samba
Academia do Samba
Apoteose.com
Wikiwand
Wikipédia
Vídeo postado no Canal do Youtube de Marta Berenice
Obrigado ao carnavalesco Raphael Ladeira pela ajuda!