Hoje, comemora-se o Dia Nacional de Zumbi e da Consciência Negra. Exatamente a data que a Tradição escolheu para lançar o samba-enredo do carnaval 2024. Samba que exalta o povo preto e toda a soberania negra. Com o enredo Trono Negro, a Tradição mostra hoje e apresentará no próximo desfile que preto tem lugar de rei! Reis e rainhas do povo, famosos ou anônimos.
“O trono negro ultrapassa os limites de um enredo. É um manifesto. Um grito! Um ato político contra movimentos racistas e na luta do empoderamento do povo preto. A Tradição repudia falas e comportamentos racistas. Somos uma escola fundada por gente preta e batemos no peito, orgulhosos! Em nossa escola só existe espaço para inclusão. Somos plurais, nossos artistas são plurais e assim acreditamos que deva ser o carnaval. Uma festa inclusiva, que movimenta arte e cultura em prol do povo. A nossa luta anti-racista e anti-fascista será hoje, no carnaval 2024 e até o dia que houver igualdade de gênero, credo, raça, orientação sexual e humanidade em nossas forma de existir.”
Grêmio Recreativo Escola de Samba Tradição
Carnaval 2024
Enredo: “Trono Negro”
Presidenta Administrativa: Raphaela Nascimento
Carnavalesco: Leandro Valente
Compositores: Lico Monteiro, Valtinho Botafogo, Richard Valença, Jefferson Oliveira, Rafael Tubino, Jairo Rozen, Telmo Augusto, Sukata, Leandro Thomaz, João Perigo, Lucas Macedo, Victor do Chapéu, Gabriel Lima, Daniel Rizzo, Filipe Zizou
Intérprete: Lico Monteiro
Banho de folhas em ritual / Realeza ancestral
O Trono Negro de Obá / Os ensinamentos dessa mata
Fundamento que entrelaça a raiz de um Baobá
Herança de Congo, da Costa da Mina (ôôô…) / Coroa banhada em melanina (ôôô…)
Meu poder é lei, a verdade africana / Preto: cor de rei
Dinastia da Savana
Vou te coroar, Rei de Palmares / Negro continente… ê Madiba!
O meu sangue herdei de Dandara / Minha cor não me separa
Tenho a força de Zumbi / Faço das palavras de Mandela
Manifesto das vielas / No lugar onde eu nasci
Favela… sou teu guardião / O rei das quebradas
Te vejo nos bailes e nas batucadas / O axé de Ciata na palma da mão
Origem não se vende, / Não se apaga, não se rende
Respeite a minha Tradição!
Ôôô… a tua benção rainha / Bate forte o meu tambor
Preta… É o tom da minha cor!
Ôôô… a tua benção Rainha / Bate forte o meu tambor
Meu orgulho: minha cor!