“Alô, alô Intendente! Aquele abraço…”

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RECORDANDO CARNAVAIS

UNIÃO DE JACAREPAGUÁ

CARNAVAL DE 2006 – ALÔ, ALÔ, INTENDENTE! AQUELE ABRAÇO!

Resultado: 11ª Colocada do Grupo B (3ª divisão) com 236,4 pontos

Data, Local e Ordem de Desfile: Grupo de Acesso B, 8ª Escola de 28/02/06, Terça-Feira, Passarela do Samba.

Autor do Enredo e Carnavalesco: Rodrigo Sampaio

Presidente: Reinaldo Bandeira da Costa

Samba:

Autores: Marinho, Ivanísia, Fernando Tchá Tchá, Tito e Jorge Buccos

Puxador: Antônio Ricardo de Souza Richahs “Rixxa”

Ecoou a saudação que a avenida faz vibrar / Alô, alô Intendente, aquele abraço

Da União de Jacarepaguá / Foi a divina luz, que abençoou o caminho

Rumo à Fazenda Santa Cruz / Que os jesuítas receberam com carinho

Paraíso que encantou a realeza / Dando início a Estrada Real

Além da terra da garoa / O progresso foi a via principal

Sombra e água fresca, uma pausa no caminho / Reduto de bambas, é Campinho

Intendente Magalhães, dá orgulho de se ver / “Caminho” até o Campo dos Afonsos

Hoje canto pra você / Palco das escolas que almejam ascensão / Ninho do condor da Tradição

O verde é esperança, o branco é paz, traz confiança / “Arroz com couve” alimento eficaz

Regado à samba, é bom demais / Tem auto-shopping, é sucesso / Acelera a região

A riqueza e o comércio, se expandiram nesse chão / Onde mora a “União”

Vou comprar um carro zero, ou usado em bom estado / Pra passear

Com o meu amor do lado vou rodar pela cidade / Só dou carona pra felicidade

Justificativa:

Diz o velho ditado que “felicidade mora ao lado”, para nós da União de Jacarepaguá, a felicidade também passa em frente. Não queremos de forma alguma contestar a frase acima, e sim apresentar o nosso Enredo para o Carnaval 2006.

O nosso Enredo “Alô, alô Intendente! Aquele abraço…”, para o Carnaval 2006, tem a missão de contar a história da Estrada Intendente Magalhães. Ao iniciarmos a pesquisa do nosso tema, ficamos de frente com fragmentos históricos ligados ao desenvolvimento do Brasil, que acreditamos ser inéditos para muitos.

Como o assunto é samba, a Estrada tem a sua participação no Carnaval Carioca, com o desfile das Escolas de Samba, que aspiram galgar grupos melhores até chegar ao Desfile do Grupo Especial. A Estrada também acolhe o celeiro de bambas de duas Escolas que com muita garra representam o lugar. A Tradição e a União de Jacarepaguá.

Com a criação do Shopping do Automóvel, a Intendente Magalhães se torna novamente a grande vedete, a melhor referência para quem quer comprar, vender ou trocar seu carro.

Vamos de carona com a União de Jacarepaguá, dar aquele abraço para todos em nosso desfile na Marques de Sapucaí, e acreditar que dias melhores estão pra vim…

Histórico do Enredo:

No inicio, Jacarepaguá não tinha dono, embora a rica diversidade de seres vivos, índios, animais e, vegetais conviviam com inteligência em simetria às leis da natureza. Essa harmonia ambiental cessou com o descobrimento do Brasil.

O Rei de Portugal passou a ser proprietário de tudo, com o poder de dividir o mundo descoberto entre os vassalos, sem, contudo perder a autoridade central e absoluta. Seus representantes no Brasil também tinham direito de doar, terras para agricultura. Eram as chamadas sesmarias.

Após a fundação da cidade do Rio de Janeiro, em 1565, houve uma luta sangrenta, para expulsar os franceses, comandados por Nicolau Durand Villegagnon. Nessa batalha, morreu o fundador da cidade, Estácio de Sá.

O seu tio, Mem de Sá, o então governador-geral do Brasil, foi quem comandou a expulsão definitiva dos corsários franceses. Depois, ele resolveu regressar para Salvador, a Capital da colônia. Antes de embarcar, nomeou outro sobrinho para governar o Rio de Janeiro: Salvador Correia de Sá.

Salvador administrou a cidade de 1567 a 1598, exceto no período de 1573 a 1575, quando foi governada por Cristóvão de Barros e no período de 1576 a 1577, por Antônio Salema.

Logo que assumiu a capitania, Salvador doou sesmarias no Rio de Janeiro para os portugueses que combateram os franceses durante a fundação da cidade. Jerônimo Fernandes e Julião Rangel de Macedo receberam, naquele ano de 1567, terras na futura região de Jacarepaguá.

Os Caminhos de Jacarepaguá:

Em 8 de dezembro de 1589, por doação da Marquesa Ferreira, viúva de Cristóvão Monteiro, primeiro ouvidor do Rio de Janeiro, os jesuítas adquiriram a fazenda de Santa Cruz.

Para atingir a nova propriedade, os padres da Companhia de Jesus foram os responsáveis pela formação do caminho que deu origem à Estrada Real de Santa Cruz.

Os povoadores pioneiros de Jacarepaguá também usavam o caminho dos jesuítas, mas em certo trecho dobravam à esquerda para as suas terras. Exatamente no local desse desvio é que nasceu o Largo do Campinho.

Nesse mesmo ponto, em direção opostas, outra curva seguia para a Freguesia de Irajá. Os viajantes elegeram o lugar para descansar, deixando os animais pastarem no campo existente no encontro desses caminhos.

O campo não era muito grande. Assim, passou a ser chamado de Campinho. O lugar tornou-se passagem obrigatória não somente para se chegar à Fazenda de Santa Cruz; para atingir outras localidades, o viajante tinha que passar pela Estrada Real de Santa Cruz e, por conseguinte, pelo Largo do Campinho.

Muitos vinham das províncias, como São Paulo e Minas Gerais. Eles muitas vezes optaram em fazer uma pausa no Largo do Campinho, antes de enfrentarem o trajeto final para a cidade do Rio de Janeiro.

A região foi loteada e se formou grandes fazendas com plantações cana-de-açúcar e café.

O Ludovico foi grande plantador de café na área das atuais ruas Francisco Gifoni, Teles e Comendador Pinto, inclusive o Morro da Bica (hoje mais conhecido como Morro do Fubá, e que na época do Ludovico era chamado de Morro das Pedras).

Com a retirada dos Jesuítas da Fazenda da Santa Cruz, pelos portugueses, o Caminho passa a respirar ares nobres, e ganha a denominação de “Caminho Imperial”, ou “Estrada Real de Santa Cruz”.

O Ten-Cel Carlos José de Azevedo Magalhães acabou herdando uma fazenda, que pouca vocação tinha para as atividades agrárias e, ao invés, mantinha pretensões políticas, a ponto de ter sido nomeado Intendente (prefeito, chefe do executivo municipal).

Incentivado pelo Intendente Magalhães, desenvolveram-se na enorme fazenda pequenas vilas, como as de Marechal Hermes e Realengo e através destas se construíram inúmeras estradas. O presidente Washington Luiz, por exemplo, retificou e integrou à antiga estrada Rio-São Paulo, o trecho da Estrada Real de Santa Cruz, que de Campinho a Realengo, atravessava a fazenda.

O grande boom de construção foi iniciado no final da década de 1960. O trecho da antiga estrada Real de Santa Cruz que passa por Vila Valqueire recebeu o nome de Estrada Intendente Magalhães em homenagem ao Tenente – Coronel Carlos Magalhães, também dono de muitas terras na região e que foi o candidato mais votado para a Intendência Municipal (atual Câmara dos Vereadores) nas eleições de 1899.

Nos dias de hoje a Estrada tem um papel muito importante no carnaval carioca, abriga o sonho do especial. É a ribalta onde tudo começa, diz o regulamento antes da Marques da Sapucaí, tem que passar pela Intendente.

Nem as dificuldades de se colocar uma Escola na rua, tira a animação do folião e dos que ficam as margens da Estrada.

Também ali, duas Escolas montaram seus celeiros. Tradição e a União de Jacarepaguá representam a região com muita garra!

Com a revitalização do “Caminho Imperial”, e a criação do Shopping do Automóvel, a estrada se torna novamente a grande vedete, a melhor referência para quem quer comprar, vender ou trocar seu carro. Um grande marketing para a nossa região.

Vamos de carona com a União de Jacarepaguá passear na Marques de Sapucaí e dar aquele alô! “Alô, Alô Intendente! Aquele Abraço…

Sinopse:

1º Setor – Pelos caminhos da Estrada Real, rumo a fazenda Imperial…

Primeiro caminho dos jesuítas rumo a fazenda de Santa Cruz,
dando origem a estrada sendo cruzada pela Companhia de Jesus…
Virou passagem obrigatória para viajantes caixeiros, com destino a cidade do Rio de Janeiro…
E de províncias dos mais distantes locais, como de São Paulo, e Minas Gerais…
Aí vem a Coroa Portuguesa, e se encanta com a fazenda, criando um sonho Imperial!
Que hoje é contado e cantado pela nossa escola, neste carnaval…
Logo se descobre um paraíso belo e prospero para cultivar,
sendo assim chamado de sesmaria de Jacarepaguá…
A Estrada Real é criada, rumo a fazenda de Santa Cruz encanto do Imperador!
Transportando a Corte Imperial, riquezas e valor…

2º Setor – Transportando o progresso, uma história de sucesso…

Com o passar dos tempos, dizimou-se e recebeu outras designações,
até chegar a definitiva Intendente Magalhães…
Foi personagem do progresso da região!
Integrou vilas e bairros, e foi o percurso inicial
da estrada Rio – São Paulo, quando a Cidade era a Capital…

Alô, alô Realengo, Campos dos Afonsos, Marechal Hermes,
Campinho, Sulacap, e tantos mais, para mandar aquele abraço, e por ela que eu passo…
Na sedução do seu traço, mil beijos e paz…

3º Setor – A ribalta do sonho especial, reduto de bambas do carnaval…

Abriga o sonho do carnaval, desejo das escolas com o grupo especial,
é o palco onde tudo começa!
Tá regulamento, antes da Marques de Sapucaí, tem que passar pela Intendente,
mais quem diz que ali o povo também não sorri!

Nas suas margens uma grande ave vez seu ninho, bem no bairro de Campinho!
O Condor guerreiro, montou seu celeiro… Falo da Escola de Samba Tradição!

Próximo dali, também bom samba de ouve, uma certa Escola com apelido de arroz com couve,
representa bem o lugar, claro que a nossa querida União de Jacarepaguá…

4º Setor – Movendo a paixão, coroada pela União…

Certo estava, quem disse que brasileiro, é apaixonado por carro!
Com a criação do Shopping do Automóvel bem aqui no Rio de Janeiro,
a Intendente se torna mais uma vez inesquecível!

Compro, vendo e troco, faço negócio, até não poder mais,
dou de entrada o meu usado, e saio com o zero, com motor super capaz…

Posso pagar em tantas vezes, acho que vou comprar em vinte meses,
e curtir o meu possante sensacional!
E com ele feliz brincar o meu carnaval…

Há!, conselho bom nunca é demais, vai com calma camarada e no trânsito sempre paz…

Rodrigo Sampaio

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