SÉRIE DE ENTREVISTAS: RAINHAS DA INTENDENTE – 2ª Edição

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👑 RAINHAS DA INTENDENTE

Nome: Juliana Marinho

Rainha de Bateria da Em Cima da Hora

Profissão: Acadêmica de Enfermagem

Idade: 19 anos

Escolas do Coração: Em Cima da Hora e Portela

1. Como foi o seu início no samba?

Bom, a minha família inteira é sambista, tanto da parte materna, quanto da parte paterna. Eu praticamente cresci dentro de escola de samba, era como se fosse meu quintal, ficava correndo de ponta a ponta e olhando por baixo das pernas das pessoas as passistas sambarem.

2. Conte-nos a sua trajetória no Carnaval? Por quais agremiações já desfilou?

Eu comecei na Em Cima da Hora como passista mirim quando tinha 7 anos, já desfilei na União do Parque Curicica, Acadêmicos do Engenho da Rainha, Tradição, Unidos de Bangu, entre outras…

3. O que significa/representa ser Rainha de Bateria na Intendente?

Dedicação, amor e respeito, ser pé no chão, ter garra para lutar com a escola.

4. Além de reinar na escola, você também desfilará por outras agremiações em 2019?

Sim, irei desfilar no Paraíso do Tuiuti como passista.

5. Como é a sua relação com a sua comunidade? Rainha de Bateria tem que ser da comunidade?

Eu sou da comunidade, sou de Cavalcanti, do morro da Primavera, a minha relação é ótima, eu cresci na quadra da Em Cima da Hora, dei meus primeiros passos como passista mirim e há 3 anos me tornei rainha da bateria e é muito gratificante ver as pessoas do bairro me elogiando e dizendo que estou representando muito bem a comunidade. Acredito que não necessariamente precisa ser da comunidade, mas saber respeitar a história, o pavilhão e se entrosar com a comunidade é fundamental.

6. Qual a sua posição sobre as Rainhas de Bateria que pagam/compram a vaga para reinarem a frente de baterias? Você pagaria?

Nada contra, mas bato palma para as escolas que valorizam a prata da casa, valorizam as meninas da sua comunidade e as colocam em cargos como rainha ou musa. Infelizmente hoje em dia o carnaval se tornou um grande comércio, onde fica no posto quem paga mais, e isso tem acontecido em escolas da Intendente também, por questões de corte de verba, as escolas estão recorrendo a pessoas que possam pagar pelo posto como uma forma de ajudar financeiramente a colocar o carnaval na rua. Mas independente se pagou ou não para estar ali, só de respeitar a comunidade, o pavilhão e a história daquela agremiação, já é um ótimo começo.

7. Como é a sua preparação para o Carnaval?

Sinceramente, eu não faço dieta e gosto de comer de tudo, alimento-me bem e bebo bastante água. Deixei a academia de lado por conta da falta de tempo, conciliar faculdade, ensaios e academia estava sendo complicado, mas de vez em quando faço alguns exercícios em casa no tempo livre.

8. Qual é a sua ídola no carnaval (na função)?

Evelyn Bastos, rainha da Estação Primeira de Mangueira. Acho que a Evelyn é a inspiração para muitas meninas que são oriundas da comunidade como eu e que sonham em estar a frente de uma bateria, ainda mais de sua escola do coração, onde você cresceu e tem toda uma história.

Ela não só é minha inspiração no samba, mas também fora dele, ela é um furacão de mulher, símbolo de luta e resistência da mulher negra e periférica ocupando espaços e chegando cada vez mais longe.

9. Quais são os segredos para reinar a frente da sua Bateria?

Não sei bem explicar, acho que é sorrir, se entrosar com a bateria, demonstrar amor, dedicação e respeito ao pavilhão e deixar o corpo falar por si só.

10. Qual é o seu maior sonho?

Acho que no samba já está sendo realizado sabe, estar à frente da bateria da qual meu tio-avô foi o primeiro diretor de bateria é algo surreal, e para mim é como estar dando continuidade ao legado que minha família construiu na escola e espero que eles estejam orgulhosos de mim de onde estiverem. E quanto a vida pessoal, meu sonho é me especializar em Enfermagem Obstétrica e exercer muito bem a profissão que escolhi seguir.

11. Deixe-nos uma mensagem para a galera que acompanha o Carnaval da Intendente.

Desejo um ótimo carnaval à todos, que seja mais um carnaval de luta e união para todos. Nos últimos tempos, nós sambistas estamos passando por momentos difíceis em relação a cortes de verbas e pessoas que querem acabar com a nossa cultura, então, devemos unir cada vez mais nossas forças e lutar por nossa cultura popular e valorizar mais as escolas da Intendente!

Obrigado Juliana Marinho pela participação e ótimo reinado a frente dos ritmistas da Bateria Sintonia de Cavalcanti da Em Cima da Hora!

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