A Botafogo Samba Clube planeja um grande desfile em 2020 para confirmar a sua ascensão meteórica no carnaval carioca. Vice-campeã da Série D em 2019 com uma homenagem ao jogador Túlio Maravilha no seu ano de estreia, a escola alvinegra homenageará a cantora Beth Carvalho no próximo desfile. Ao Samba na Intendente, o presidente Sandro Lima concedeu uma entrevista exclusiva, avaliou a primeira temporada da agremiação e disse que é possível a junção de sambas na final, que ocorre na próxima sexta-feira (8).
SNI: 1. Com um ano de fundação, a escola já conquistou um acesso com o vice da Série D logo no ano de estreia. Como você enxerga esse crescimento logo de cara?
Sandro Lima: Se eu te disser que foi surpresa estaria mentindo. Trabalhamos muito duro na temporada 2019, sabíamos que nosso desfile seria grande e brigaríamos pelo acesso. Felizmente tudo correu bem, superamos o temporal que atingiu a Intendente no domingo e tivemos um vice com gostinho de campeão.
SNI: 2. Você acha que a escola ganhou uma proporção maior do que a imaginada pelo pouco tempo de fundação, vencendo assim a desconfiança de muitos?
SL: Com certeza. O dia que tivemos a ideia de fundar a escola estava com mais dois amigos numa feira de carnaval. Hoje, conversando com eles, ficamos dando risadas e nos perguntando: quem diria? O Botafoguense e o povo que ama carnaval abraçaram a escola e isso nos deixa muito feliz.
SNI: 3. Com a unificação das Séries C e B, formou-se o Grupo Especial da Intendente Magalhães. Agora, a Botafogo SC compete com agremiações ainda mais tradicionais e uma vitória põe a escola na Sapucaí. Como você avalia este momento e o que esperar?
SL: É de dar medo, né? (risos). São escolas que vejo desfilar desde minha época de moleque e hoje estou disputando carnaval com eles. É uma história e tanto, mas quando começamos os trabalhos parar a temporada 2020 já não pensamos mais em agremiação A ou B. Precisamos vencer essa disputa e vamos com tudo para que isso aconteça.
SNI: 4. Na semifinal, viu-se uma grande confraternização entre as escolas de cunho esportivo. Você acredita que esse clima possa seguir futuramente, longe de brigas de torcidas no samba? Como é a relação com as coirmãs?
SL: A nossa ideia é essa. Enquanto estivermos liderando esse movimento, está extinta do nosso dicionário a palavra violência. Somos sambistas apaixonados por nossos clubes e não lutadores. Na última sexta-feira, mostramos isso para quem ainda tinha alguma dúvida. O samba é lugar de paz, alegria e sempre será assim. Conheço todos os presidentes e a palavra violência passa longe.
SNI: 5. Por mais um ano a escola recebeu um número considerável de sambas concorrentes. Como que a escola avalia o concurso até aqui? Há a possibilidade de junção dos sambas?
SL: O número de sambas escritos e o nível das parcerias nos mostra que estamos no caminho certo. Aqui não há samba vencedor antes da hora e por isso nossa credibilidade só aumenta. A junção não está descartada, temos um sistema de votação e temos dois sambas correndo juntinhos. Pode ser que isso mude na última apresentação, mas não está descartado.
SNI: 6. Qual a mensagem que você deixa ao torcedor botafoguense?
SL: Torcedor alvinegro, venha conhecer sua escola de samba, venha conhecer nossos ensaios, sinta o clima gostoso que virou notícia no carnaval. Sexta-feira venha curtir mais uma final de samba histórica e nos ajudar a escolher nosso hino para o carnaval de 2020. A escola é de todos vocês!
A Botafogo Samba Clube escolhe o seu samba na próxima sexta (8), com início às 20h, no Food Park In Rio, no Estádio Nilton Santos, no Engenho de Dentro.