União de Jacarepaguá entrega Sinopse do Enredo que enobrece a cultura do candomblé jeje

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Almejando o retorno a Marquês de Sapucaí, a verde e branca de Campinho dá pontapé inicial para o próximo desfile

Nos preparativos para o próximo desfile, a União de Jacarepaguá promoveu na última segunda-feira (14/08), em sua quadra, a entrega da sinopse e a explanação do enredo “Vodun, e o candomblé jeje”.

Na ocasião, os compositores tiveram a oportunidade de ler a sinopse e tirar suas dúvidas com o carnavalesco Rodrigo Meneirs sobre o enredo que a escola levará para Intendente Magalhães no dia 17 de fevereiro de 2024.

Confira a Sinopse e o Regulamento do Concurso de Samba-Enredo.

  • Tiragem de dúvidas com o carnavalesco: Será agendada com os compositores.
  • Data de entrega dos sambas: Dia 25/09, segunda-feira, das 20h às 22h.
  • Local: Estrada Intendente Magalhães, 445 – Campinho, quadra de ensaios da escola.
  • Final dos Sambas na quadra: 15 de outubro de2023 – 16:00hs

 

  • Para inscrição do Samba as parcerias deverão apresentar, obrigatoriamente:
  • 30 cópias impressas do samba;
  • 10 CD’s ou Pendrive com o samba gravado;
  • Pagar a taxa de inscrição no valor de R$ 600,00 (por parceria).

Sinopse do Enredo

O reino de Daomé foi o pioneiro no culto aos Voduns e sua crença deve-se a força de seu povo Ewe-Fon que aceitou a religião dos Adjás e a uniu a sua cultura. A crença na criação do mundo segundo a religião Vodun se inicia nas quatro famílias Adjás – Grupo africano do reino de Aladá, que migrou para o reino de Daomé, levando parte de sua cultura rejeitada pelo antigo reino. As famílias Ji-vodun, Ayi-vodun, Tô-vodun e Henuvodun, foram as que espalharam o mito da criação do mundo pelos povos Ewe-Fon. A criação do mundo segundo a tradição vodun dos povos Ewe-Fon, deve-se a um ser chamado Nanã Buruku. A senhora da morte, primeira Yabá – Orixá feminino. A geradora do mundo com a ajuda de Dan, “A Serpente do Universo”, ser mitológico do povo Ewe-Fon. Nanã Buruku criou o nosso paraíso na terra, nossa natureza, nossos mares, flora e seres vivos, e voltou para o céu, lugar sagrado de uma divindade. Nanã Buruku escolhe Mawu, a Deusa da Lua, uma de seus nove filhos, a divindade que tomaria conta da terra e faria o mundo prosperar criando os seres vivos e ensinando todos os conceitos da vida ao homem, sendo a grande protetora da criação de sua mãe. Quando Mawu acreditava que ia governar e proteger a terra de forma pacífica, surge Lissá, enviado pela ira dos espíritos por um ser feminino governar o mundo sozinha. Lissá, o Deus do Sol, irmão gêmeo de Mawu, começa a comandar a criação de males como pestes e pragas, tal como instigar os homens ao prazer, dando forma a criação dos sete pecados capitais. Nanã Buruku, a suprema criadora, percebeu as maldades de Lissá e o retirou da terra, o enviando para o sol, deixando Mawu governando o mundo enquanto seu irmão sofria o castigo de Buruku. As origens do Daomé são traçadas pela força do seu povo, Ewe-Fon, que sobreviveu a ataques de outros reinos e conseguiu se fortificar. Sob o comando do rei Hwegbajá, os Ewe-Fon tornaram o culto aos voduns sua religião, adotando Nanã como deusa suprema, guardiã dos elementos da vida e da terra. O rei acreditava que conquistar terras através de guerras entre povos e acumular riquezas era a forma de manter o reino imponente sobre outros e com o comércio do marfim e abundância de ouro mantinham o Daomé sempre rico e poderoso perante outros reinos. O grande rei para fortalecer o culto Vodun e conter o grupo revolucionário Guerreiros do Aladá, mercenários exclusivamente para o combate que eram contra o monopólio e o controle do Daomé perante outros reinos, criou o templo Hunkpame dedicado a religião Vodun e a tortura de líderes de revoltas que ameaçassem sua soberania. Porém, um de seus sacerdotes profetizou que o reino seria atacado por “demônios do mar” e que a dor e o sofrimento se espalhariam por toda a África. Cumprindo a profecia, Daomé foi enfim atacado e dominado pela França sofrendo invasões de Senegal (colônia francesa) onde a maioria das tropas que lutaram contra o Daomé eram compostas por escravos africanos nativos. Assim, os Ewe-Fon navegariam para o ocidente levando a saudade, a dor, a fé, a esperança e seus rituais. Uma nova terra e um novo mundo os aguardava. E o mar leva os bravos africanos para um tempo de miséria, dor e escuridão. Uma terra que se renova pelas mãos fortes e que se redescobre perante a força dos tambores do Daomé e dos rituais do Candomblé. O povo Jejê passa a conhecer o Maranhão, a terra das palmeiras, do boi bumbá e do canto do sabiá que no futuro inspirariam tantas manifestações culturais e populares. A união dos tambores dos Abatás, das culturas africanas e o conhecimento sobre as lendas do Maranhão fizeram surgir o Candomblé Jejê. O culto aos voduns que se iniciou no reino de Daomé sob as influências dos povos Ewe-Fon e originada das famílias Adjás ganha uma nova e velha identidade no Brasil, a Casa das Minas Jejê, o terreiro mais antigo e ancestral e a manifestação cultural conhecida como Tambor de Mina. A mais influente manifestação das religiões afro-brasileiras no Maranhão.

A União de Jacarepaguá é resistência! É ancestral! Kolofé!

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