Escola: G. R. E. S. Leão de Nova Iguaçu
Enredo: PAS DE DANCE – HOJE TEM FESTA NO ARRAIÁ
Carnavalesco: Cid Carvalho
Data, Local e Ordem de Desfile: Grupo de Acesso B (3ª divisão), 4ª Escola de 09/02/2016, terça-feira, Estrada Intendente Magalhães, Campinho/RJ.
Samba:
Compositores: Tom Tom, Marcelo Marrom, Nino do Cabuis, Vadinho, Laureano, Alemão, André Jr., Mangá, George Wagner, Josué Anastácio, Serginho Castro, Crispim Lourenço, Jonas Diretor, Márcio Oliveira, Pedro Poeta e Jadir Mendes
Intérprete: Nêgo e Taroba
Letra:
Bailando a quadrilha no convés / No balanço das marés / A corte portuguesa
Atravessou o mar / Com requinte e leveza / A herança francesa
Desembarca nos salões da realeza / A Pas de Dance / Risca o chão de poesia
E ao som da melodia / A fidalguia noite dia à bailar / Passos marcados
Descem pela escadaria / E contagiam o matuto do lugar / Caminho da roça
É tempo de festa junina / Pega a menina e bota ela pra dançar
Arrasta o pé tem forró do bom / Tem milho assado, bombocado e quentão
Pula fogueira faz o balance / No compasso da zabumba / Requebra que eu quero ver
O tempo passou se modernizou deixou saudade / Das comidas típicas
Do anarriê da poeira do fuzuê / A dança saiu do tom / Foi para o concurso dentro do salão
Mas Pas de Dance, taí o lance / Festejando ao som do baião
Acende a fogueira do seu coração / Se avexe não Oh! Meu Leão
Festa na roça pegue seu par / Vem brincar meu arraiá
Sinopse:
Chega o mês de junho
O sertão muda de cor.
Com prece e devoção,
É dançada a Quadrilha
No ritmo do baião.
“Todo mundo animado
Dando viva a Santo Antônio,
São Pedro e São João”.
Nosso “Pavilhão” é enfeitado!
Nesse enredo arretado,
Brilha um sentimento incomum:
Hoje tem festa no “arraiá”
Da Leão de Nova Iguaçu.
Essa é a história
De uma dança popular,
Corruptela de Joanina,
Que se consagrou
Como Festa Junina
Na cultura nordestina.
Sua origem não é fácil precisar.
Na minha simplicidade
Vou tentar explicar:
Remonta às danças agrícolas
No período da colheita…
Sob a luz do amanhecer
Dançavam os camponeses,
Nos campos da Europa,
Até mesmo antes de Jesus nascer.
Sua história cruza a linha do tempo.
Diz-se que a tal dança,
Em tempos de guerra,
Entre a França e a Inglaterra,
Até serviu de aliança…
Mas foi nos idos do século XII,
Em requintados salões da nobreza,
Que a França adotou a quadrilha
Como símbolo cultural de sua realeza.
Uma fresta no tempo nos permite observar
O que no presente ninguém viu…
Numa travessia além-mar,
A Quadrilha chega ao Brasil.
A Corte Portuguesa
Rende-se a sua sutileza.
Entrelaçada aos passos da “Pas de Dance”
Copia a leveza
Aos acordes dos “salões tupiniquins”.
Em cerimônias, bailes e festas da alta nobreza
Torna-se comum dançar a quadrilha
De origem francesa.
Dança, cantoria e encenação…
Na forja dos destinos,
O povo resignifica a quadrilha
A festejos juninos.
Cria-se uma festa animada,
Tradicional e arretada.
Templo folclorista,
Caricatura do povo simples da roça
Que dança e vira artista.
Quadrilha é gente feliz!
Arrastando o pé no chão,
Dia e noite, noite e dia…
Dentro e fora do salão.
Eta! Forró arretado.
Tem fogueira, milho assado,
Quentão, xote e xaxado.
Na festança do “arraiá”,
Tem de tudo um bocado:
“Adivinhação, pamonha,
Canjica, mungunzá…”
Até casamento matuto,
Pro povo se alegrar.
A tradição das quadrilhas se espalha
Com os ventos da modernidade.
O luxo dos concursos,
Uma nova festividade.
A dança é diferente:
Dos passos com emoção,
Num ritmo “frenético”,
Dançam pulando,
Com os pés distantes do chão.
De um jeito ou de outro,
Com a nova marcação,
A brincadeira ruma pra outra direção.
Não se ouve mais “anarriê”, “olha a cobra” ou “balancê”.
Tudo muda e até ignoram a poeira do fuzuê…
E a linda dança matuta
Volta aos salões,
Revestida da cultura popular,
Para agradar “vosmecê”.
Mas não se “avexe”, não…
O importante é não deixar
A festança acabar.
Ao som de triângulo, sanfona e zabumbeiro
Vem com a Leão festejar,
Vem cantar nesse terreiro:
“Pas de Dance, hoje tem festa no arraiá”.
Ideia Original e Carnavalesco: Cid Carvalho
Pesquisa e texto: Marcos Roza