Grêmio Recreativo Escola de Samba Unidos da Vila Santa Tereza
Carnaval 2022
Enredo: Obinrin Agbará – A Saga das Guerreiras
Carnavalesco: Caaio Araújo
A escola levará 17 alas pra avenida e muitas surpresas durante a passagem de Obinrim Agbará na Estrada Intendente Magalhães.
Ala 2 – Realeza Africana
Iniciaremos o nosso desfile, com a África Real. De reis e rainhas potentes, destemidos, existentes e inquestionáveis! Reinos de riquezas milenares, poderosos quanto ao Leão Rei da Selva. Pais de Princesas de belezas transformadoras. Jóias negras, filhas do vento.
A segunda ala de nosso desfile representa a África que muitos não conhecem, repletas de reinos e cultura.
Ala 3 – Lágrimas de Dor
A chegada dos colonizadores em solo africano acarretou o maior mercado de escravidão em massa da história da humanidade. A escravidão talvez tenha sido o pior massacre humano que já vimos. Buscando expandir suas atividades comerciais, os Europeus chegam ao continente negro causando angústias e dor aos nativos que viram suas riquezas e seus irmãos sendo levados na força bruta. Trazendo assim nossas princesas para serem comercializadas e escravizadas aqui no Brasil.
Ala 4 – Por Águas Desconhecidas
Após serem capturadas, nossas princesas e o seu povo foram jogados nos frios porões dos tumbeiros partindo por águas misteriosas rumo ao desconhecido.
Ala 5 (BAIANAS) – Mar de Sangue
Após serem escravizadas e jogadas nos calabouços dos tumbeiros, nossas princesas presenciaram a morte de muitos irmãos. Doenças afloravam dentro dos navios e o local de “despejo” dos corpos eram o Oceano. Nossas baianas retratam o rastro de sangue que ficou da África ao Brasil e o acolhimento as almas dos irmãos que no mar receberam o descanso dessa vida.
Ala 7 – Novo Mundo
Abrindo o segundo setor da escola que irá contar a saga de nossas princesas africanas após a chegada delas no Brasil. Depois de meses dentro dos tumbeiros, nossas guerreiras aportam no “Novo Mundo” terra de grande beleza e exuberância para serem escravizadas. Vieram lá da África pra trabalhar nos engenhos da elite aristocrática.
Ala 11 – Um Grito de Liberdade
Depois do período que foram feitas de escravas nossas guerreiras libertaram elas e o seu povo de diferentes maneiras. Libertando eles das mazelas que a escravidão trouxe e dando um futuro de liberdade para aqueles que as seguiram.
Ala 12 – Com as Bênçãos de Oxalá
Depois de libertas se agarraram ainda mais em sua fé e com as bênçãos do Pai Oxalá seguiram rumo a uma vida de liberdade. Iniciando uma nova página das suas histórias.
Ala 13 – Quilombo e Resistência
Falar de quilombos é falar de resistência e por isso é importante marcar o papel das mulheres nesse processo que é histórico, mas também contemporâneo. Historicamente, esses territórios não eram espaços que tinham apenas referências masculinas em sua organização política, econômica e social. As mulheres sempre foram muito importantes para sua estruturação, desenvolvimento e luta.
Elas tiveram participação efetiva nos quilombos, mas por conta dos processos mais globais que vivemos de invisibilidade das mulheres, até quando começamos a contar a história, o patriarcado só honra a existência e história dos homens. Mas é impossível afirmar que as mulheres ficaram em uma posição secundária nesse processo, exemplo disso é o quilombo do Quariterê, que foi chefiado por Tereza de Benguela após a morte de seu companheiro José Piolho e Zacimba Gaba que também guiou seu povo pela fazenda, guerreando contra os capatazes, e fugiu, fundando um quilombo no Norte do Espírito Santo, hoje município de Itaúnas.
Ala 15 – Quilombo Santa Tereza
Chegamos ao Quilombo Santa Tereza.
Governado por quatro Princesas da atualidade, que com força, garra, lutar resistência defendem com unhas e dentes o seu povo, seguindo o legado que foi deixado por suas ancestrais.
Salve a força de Aqualtune e Patrícia Drummond!
Salve a resistência de Agotime e Rute Maria!
Salve a luta de Zacimba Gaba e Joyce Souza!
Salve a garra de Tereza de Benguela e Liliane Reis!
Salve Vossas Altezas Reais!
Salve o Poder Feminino!