Conheça a Sinopse da Unidos do Jacarezinho

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A Unidos do Jacarezinho apresentou a A Sinopse do Enredo 2024: “Na Fé dos Padroeiros o Rio pede Paz” que a escola irá levar para Avenida com um Clamor pela Paz em todos os Segmentos da Sociedade Brasileira. A Rosa e Branco será a 15° Escola na Sexta Feira dia 16/02/2024 na “Nova Intendente”.

GRES UNIDOS DO JACAREZINHO – CARNAVAL 2024

“NA FÉ DOS PADROEIROS O RIO PEDE PAZ”

São Sebastião – Jorge meu amigo veja que situação está essa cidade.

São Jorge – Pois é bastião nosso rio de janeiro não é mais o mesmo.

São Sebastião – Queria entender, como pode essa cidade abençoada por deus, de natureza exuberante ser tão maltratada assim.

São Jorge – Bastião e essa confusão toda, nossa gente sai e não sabe se volta, é bala perdida, é assalto, é o trânsito, é violência dentro e fora de casa.

São Sebastião – As pessoas não se respeitam mais, outro dia vi uma senhora xingando a outra só porque estava vestindo branco e seus fios de contas no pescoço, quer dizer agora que não se pode mais professar sua fé? amém quem é de amém, axé quem é de axé, shalon quem é de shalon, “salamaleico”!

São Jorge – Nem me fale, eles não respeitam as leis de trânsito vão respeitar a fé alheia, dia desses um senhor foi atravessar a rua e vrauuu! quase foi atropelado, e olha que ele estava na faixa e o sinal fechado, mas o maluco do carro nem quis saber avançou o sinal, olha que perigo.

São Sebastião – Onde vamos parar, nossas crianças estão deixando de ir à escola por conta da violência: é bala perdida pra lá é gente ameaçando e invadindo pra cá. a cabeça da mãe fica como?

São Jorge – Deixa cada um viver sua vida, como uma família deixa de amar um filho porque ele gosta de outro homem e não de uma mulher? amor é amor, respeita e pronto, as pessoas precisam ser compreendidas, precisam de acolhimento.

São Sebastião – E essa ideia de que sua cor é superior à do outro, onde já se viu? nosso povo é tão diverso, tão mestiço. o que seria do amarelo senão fosse o roxo, uma vida multicolorida é tão mais bonita. afinal somos todos belos aos olhos do pai.

São Jorge – Outro dia um cara bateu na esposa, ninguém é obrigado a ficar com ninguém, não ama mais deixa ir, vive sua vida, relação tóxica e violenta não está com nada, e ainda fazem coisas bem piores, até na frente dos filhos, aff.

Cosme e Damião – Ih a lá, os dois vão ficar de bate papo aí? Anda, a cidade não se cuida sozinha não, precisamos estar vigilantes sempre, bora trabalhar. O rio de janeiro precisa continuar lindo.

São Sebastião – “Vambora” Jorge tem muito trabalho pela frente, nem tudo está perdido não, tem muita gente boa querendo fazer o bem.

São Jorge – “Bora” Bastião são muitos os dragões por dia pra nossa gente matar, e eu vou na frente abrindo caminho.

Paz (do latim Pax) definida como um estado de calma ou tranquilidade, uma ausência de perturbações e agitação. Derivada do latim Pacem = Absentia Belli, pode referir-se à ausência de violência ou guerra. se define por um estado de tranquilidade ou harmonia e pela ausência de conflitos ou violência, que pode ser experienciado na sua vida pessoal, profissional, em família, com amigos, ou até mesmo globalmente. estado de equilíbrio e entendimento em si mesmo e entre outros, onde o respeito é adquirido pela aceitação das diferenças, tolerância, os conflitos são resolvidos através do diálogo, os direitos das pessoas são respeitados e suas vozes são ouvidas.

Ultimamente o que anda nos tirando o sono é essa constante e interminável violência em nossa cidade. Ela é maravilhosa? Paisagens exuberantes? Sim.

Porém, se olharmos mais de perto, de forma crítica, nós também temos problemas, e como temos.

Gandhi descreve atitudes que causam graves danos a sociedade. O líder político e espiritual acreditava que a moral é uma força superior. Ele quis indicar quais eram os comportamentos que minavam a moral de uma
sociedade. Os setes pecados capitais responsáveis pelas injustiças sociais: riqueza sem trabalho, prazeres sem escrúpulos, conhecimento sem sabedoria, comércio sem moral, política sem idealismo, religião sem doação e ciência sem humanismo”.

De alguma forma esses “pecados” indicados por Gandhi têm sido sim grandes causadores de tanta violência, de tanto egoísmo, tanta falta de empatia para com o próximo, tanto negacionismo.

Quando nos distanciamos do Bem, das regras do coletivo, nos deparamos com o Caos: A fome, a guerra, as doenças e a morte batem à nossa porta; eles já estão à nossa volta, no mundo, no vizinho ao lado.

Você liga a televisão, abre o jornal, está internet, no bairro mora, a todo instante essas situações aparecem para nos assombrar. Acidentes de trânsito, imprudência, descaso, excesso de velocidade combinado ao álcool.

Mãe chorando a morte do filho que levou um tiro a caminho da escola (algumas vezes dentro da própria escola), famílias despedaçadas pela perda de um ente querido que sai para ir assistir um jogo no “Maraca”, se divertir, e é morto em uma briga de torcidas, descobrir que crianças sofrem abusos, muitas vezes dentro de suas próprias casas, que mulheres são mortas quase que diariamente pelo simples fato de terem voz e opinião, que a sua religião é constantemente massacrada, agredida, vilipendiada apenas por ser diferente de outra, que a sua orientação sexual e a sua cor se tornem alvos de ofensas, agressões e até morte.

Todo instante vemos uma violência silenciosa e talvez a mais cruel de todas, onde nos é privado o “ser cidadão”: impede-se o acesso à educação e atendimento de saúde de qualidade, saneamento básico, segurança no nosso ir e vir, lazer, direitos nos assegurados pela constituição.

Mas o Carioca por natureza é um povo forte, alegre, feliz, que mesmo diante de dificuldades, consegue sorrir da própria desgraça, dar a volta por cima, porque é essa felicidade apesar de todas e tantas dificuldades diárias, é esse otimismo, essa determinação que dá força para seguir em frente, se levantar todos os dias com medos e incertezas, mas acima de tudo com esperança de dias melhores.

O Carioca se levanta e sai para trabalhar, para as batalhas do dia a dia com certeza que terá que matar um Dragão, um leão, um zoológico inteiro, desviando das flechadas que a vida se encarrega de disparar, vindas de todos os lados. Mas acima de tudo ele ergue a cabeça com vontade de vencer, porque sabe que sua Fé em suas crenças, em seus santos de devoção, em si mesmo é inabalável.

O Carioca tem a garra que faz com que se corra atrás de um futuro melhor.

É um povo que luta, que contextualiza suas alegrias, mas também seus dramas, suas mazelas, suas lutas, nas suas músicas, nas artes, e em uma das maiores manifestações culturais do nosso país, o Carnaval.

O carioca quer sim um futuro digno, onde ele e os seus possam andar pelas ruas, sair para o trabalho e para o seu lazer, ter a certeza de poder atravessar a rua, de ir à praia, ao parque, ir torcer para seu time e voltar para casa, para sua família.

O carioca tem fé que, um dia, suas escolhas de vida, sua cor, seu gênero, seu credo, sua origem e vida não serão mais alvo da ignorância e o do ódio alheio. E assim encontrar a tão sonhada PAZ.

Salve o protetor São Jorge!

Salve o padroeiro São Sebastião do nosso Jacarezinho e do amado Rio de Janeiro!

Flavio Lins, Carnavalesco

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