Conheça a Sinopse do Império Ricardense para 2024

Publicado por

Grêmio Recreativo Escola de Samba Império Ricardense

Carnaval 2024

Enredo: Patativa do Assaré, uma carta de amor ao Nordeste!

Justificativa do Enredo:

O G.R.E.S Império Ricardense através deste enredo, tem como objetivo retratar e valorizar a cultura popular nordestina, tão forte e marcante, reconhecida não só por nós brasileiros, mas pelo mundo inteiro. Exaltar a cultura nordestina é exaltar o Brasil, que graças a esse povo tão valente e aguerrido, tornou-se o grande gigante que é. Para o desenvolvimento deste enredo, teremos como fio condutor, um pouco das obras do ilustre cearense Patativa do Assaré, conhecido como o “Camões do Sertão”, título este dado e reconhecido por Carlos Drumond de Andrade. Através de suas obras, o poeta Patativa do Assaré retrata em sua literatura de cordel, o cotidiano, a cultura e as questões políticas e sociais que assolam o povo nordestino, como a problemática da seca, presente e marcante em suas obras. Exaltar o Nordeste brasileiro através da sua narrativa popular é uma forma de homenagearmos e exaltarmos a cultura brasileira na essência de suas raízes: um povo forte, aguerrido, cabra da peste, arretado, que não foge à luta, que resiste a cada dia, e que graças à sua força e valentia, construiu e constrói esse gigante Brasil no qual vivemos.

 

Sinopse do Enredo:

Patativa do Assaré

O poeta Antônio Gonçalves da Silva, mais conhecido com Patativa do Assaré, através das suas palavras simples e dono de uma linguagem informal, homem de roça, conquistou o mundo com suas poesias nordestinas contando e retratando a vida e o cotidiano do povo nordestino e sertanejo.

Filho de Agricultores, nascido em 05 de março de 1909, na Serra de Santana, Município de Assaré, no Sul de Ceará, recebeu o nome Patativas em alusão ao pequeno pássaro amazônico de canto incomparável e posteriormente adotou o Assaré em homenagem à sua cidade natal.

Lavrador humilde, de pouco estudo, apenas o suficiente para aprender a ler e a escrever, tinha uma grande sabedoria e inteligência Linguística. Soube como ninguém cantar a roça e a vida sofrida do homem do campo através de suas poesias, músicas e livros.

Ainda menino, perdeu a visão do olho direito e, a despeito da pobreza, algo tão comum na dura rotina do homem sertanejo, cresceu interessado pela cultura popular: ouvia histórias e lia folhetos de cordel, foi menino violeiro e repentista. Se tornou poeta, escritor e cantador, viajava pelo Nordeste apresentando suas poesias ao som da viola. Teve seu poema “Triste Partida”, em 1964, musicado e gravado por Luiz Gonzaga.

Extremamente preocupado com a região nordestina, procurou em seus livros, contar comoventes versos abordando temas sociais e políticos, tornando-se, dessa forma, um autêntico porta-voz dos fracos e oprimidos, desfazendo-se, assim, da imagem de uma ingênua pessoa sertaneja. Seus amores e as suas origens eram retratadas em seus poemas, contando histórias que retratam suas origens, misturando-se com seus valores pessoais.

Pertence a Patativa do Assaré o título de “o maior poeta popular brasileiro”. Patativa também amou a natureza do seu sertão. Amava-o sem porquês, apenas amava-a, para ele esse era o seu mundo!

“Patativas do Assará como me apresento

Conhecido como “porta-voz do sertão”

Escrevo meus versos com amor e dedicação

E com palavras simples levo acalento.

 

Meu cotidiano da roça deslumbrante

De alegrias e tristezas também contarei

Por direitos sociais lutarei

Enganam-se que sou ignorante.

 

Meus versos ganharam fronteiras

De um poeta cabeça chata

criado dentro da mata

foram publicados em línguas estrangeiras.

 

Minha vida não tem negociação

Sou poeta do Nordeste

Sou cabra da peste

Meu corpo pertence ao Sertão.”

Como poeta, retratou o cotidiano do seu povo. Sua gramática incorreta, como um homem da roça, era para criar uma conexão e uma maior identificação com o seu povo. Dentre algumas de suas obras estão: “A terra é nossa”, “O que mais dói”, “O agregado e o operário”, “Vaca Estrela e Boi Fubá” (neste poema ele relata o triste ato do nordestino em deixar a terra natal, na qual vivia feliz com os seus animais, e partir rumo às dificuldades de viver e se adaptar na cidade grande), “O Peixe” (obra que relata uma crítica ao sistema eleitoral da época em questão: retrata o quanto o povo é enganado pelos seus políticos no período eleitoral: O peixe no seu habitat vive tranquilamente, sem saber que a morte o espera na ponta do anzol do pescador, assim como a população, que, inocente, não percebe as reais intenções dos candidatos a cargos públicos), “O Poeta da Roça” (retrata a dificuldade do homem da roça em estudar. É uma crítica social que faz uma relação entre as dificuldades em estudar e trabalhar no campo) e “Eu e o Sertão” (nesta belíssima obra, o poeta nos presenteia com uma homenagem à sua terra natal e suas raízes, de forma utópica, terna e lúdica:

Eu e o Sertão

Sertão, argúem te cantô,

Eu sempre tenho cantado

E ainda cantando tô,

Pruquê, meu torrão amado,

Munto te prezo, te quero

E vejo qui os teus mistéro

Ninguém sabe decifrá.

A tua beleza é tanta,

Qui o poeta canta, canta,

E inda fica o qui cantá.

Sua principal obra, marcante, e de grande expansão nacional, foi o poema “Triste partida”, que em 1964, tornou-se música pela voz do ilustre Luiz Gonzaga.

Patativa do Assaré nunca se calou pelas questões de sua terra e de sua gente. Suas obras são cantadas e contadas em cada esquina de sua terra ou onde estiver um nordestino. O poeta está presente na essência de cada nordestino brasileiro que luta pelas suas causas e de seu coletivo, em cada movimento de resistência e de construção e reconstrução deste país, que hoje tem muito a agradecer ao Nordeste e ao seu povo. Um obrigado gigante, do tamanho do Brasil, ao Nordeste, ao seu povo, e ao poeta do povo, Patativa do Assaré!

Carnavalescos: Pablo Azevedo e Renato Vieitas

Texto e pesquisa: Pablo Azevedo e Renato Vieitas

 

Setores:

1° Setor: A CULTURA POPULAR DESSE POVO ARRETADO

Neste setor cantaremos a cultura popular do povo nordestino: a literatura de cordel, suas danças, seus festejos populares, crenças e manifestações que encantam não só o Brasil, mas ao mundo inteiro.

2° Setor: UM RETRATO DO NORDESTE E DO SEU POVO, ATRAVÉS DAS OBRAS DE PATATIVA DO ASSARÉ

Através das obras de Patativa do Assaré, retrataremos um pouco do cotidiano do povo nordestino, assim como as suas questões sociais, tão presentes nas obras deste poeta.

3° Setor: NORDESTE, O BRASIL TE AGRADECE!

O Nordeste brasileiro não é reconhecido mundialmente apenas pela beleza de seus cartões postais e de sua cultura, culinária e artesanato, mas também pela valentia e disposição de seu povo, que já nos primeiros raios de sol do dia, já se encontram no arar da terra, na agricultura e pecuária. Muitos de seus filhos deixaram a sua terra natal e migraram para as grandes cidades, objetivando melhores condições de vida na
construção de um Brasil melhor. O Nordeste é resistência, o Nordeste é Brasil!

Referências:

https://www.opovo.com.br/vidaearte/2022/07/10264080-20-anossem-patativa-do-assare-livros-para-conhecer-o-poeta.html

https://www.suapesquisa.com/biografias/patativa_assare.htm (Tem exemplo de capa)

https://www.ebiografia.com/patativa_assare

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