Recordando Carnavais… Xô doença, ninguém te quer! Tem saúde a toda hora, quem receita é o Jacaré!

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E o Jacarezinho é uma vacina de felicidade nesse carnaval

Recordando Carnavais…

Grêmio Recreativo Escola de Samba Unidos do Jacarezinho

Neste dia histórico, em que os diretores da ANVISA (Agência Nacional de Vigilância Sanitária) aprovaram por unanimidade o uso emergencial das vacinas AstraZeneca, da Fiocruz com a Universidade de Oxford (Inglaterra), e da Coronavac, produzida pelo Instituto Butantan em parceria com o laboratório chinês Sinovac, contra a Covid-19 no Brasil, recordamos o carnaval da Unidos do Jacarezinho que, 20 anos atrás, já celebrava a vacina como forma de salvar vidas!

A 1ª dose da Coronavac no Brasil foi aplicada em São Paulo em Monica Calazans, enfermeira que trabalha na linha de frente do combate à pandemia no Instituto Emílio Ribas e mora em Itaquera, São Paulo.

No carnaval de 2000, o Grêmio Recreativo Unidos do Jacarezinho cantou o enredo “Do Barão à Fundação, 100 anos a serviço da nação“, e homenageou o centenário da Fundação Oswaldo Cruz (Fiocruz), instituição que tem como objetivos promover a saúde e o desenvolvimento social, gerar e difundir conhecimento científico e tecnológico, ser um agente da cidadania.

Inaugurada originalmente para fabricar soros e vacinas contra a peste bubônica, a instituição experimentou, desde então, uma intensa trajetória, que se confunde com o próprio desenvolvimento da saúde pública no país. Pelas mãos do jovem bacteriologista Oswaldo Cruz, o Instituto foi responsável pela reforma sanitária que erradicou a epidemia de peste bubônica e a febre amarela da cidade. E logo ultrapassou os limites do Rio de Janeiro, com expedições científicas que desbravaram as lonjuras do país.

O resultado não foi bom à escola que terminou na 10ª colocação e foi rebaixada ao Grupo B, mas o que ficou foi a mensagem. A luta de Oswaldo Cruz por melhores condições higiênicas no país está mais atual do que nunca com a pandemia de Covid-19 assolando o país.

Xô doença, ninguém te quer!

Que a vacinação comece já em todo Brasil!!!

Viva a Vacina!!!

Vitória da ciência!!!

“Vamos todos nos vacinar, virar Jacaré e festejar no próximo Carnaval!”

Por Marcos Couto

Carnaval de 2000

Enredo: DO BARÃO À FUNDAÇÃO, 100 ANOS A SERVIÇO DA NAÇÃO

Resultado: 10º Lugar no Grupo de Acesso A (2ª divisão) da AESCRJ com 186 pontos

Data e Local e Ordem do Desfile: 6ª Escola de Samba a desfilar no Grupo A em 04/03/2000, Sábado, na Marquês de Sapucaí, Rio de Janeiro, RJ

Sede/Quadra: Av. Dom Helder Câmara, 2.233, Vieira Fazenda, Jacarezinho, Rio de Janeiro, RJ

Autores do Enredo: Cláudio Jesus e Everton Domingos

Carnavalescos: Cláudio Jesus e Everton Domingos

Presidente Administrativo: José Roberto Hilário da Silva

Diretor de Carnaval: Cláudio dos Santos

Diretor de Harmonia: Elias Marques dos Santos “Tobi”

Diretor de Evolução: Aier Peçanha “Ezinho”

1º Casal de Mestra-Sala e Porta-Bandeira: Michel Mersse Lima e Michelle Carine Lima

2º Casal de Mestre-Sala e Porta-Bandeira: Rogerinho Martins da Silva e Danielle Daynne Cardial Santos Rohr

Diretor de Bateria: Marcos Antônio da Silva Mestre Marquinhos Rato

Rainha de Bateria: Queila Mara

Coreógrafo da Comissão de Frente: Carlos Eduardo da Silva “Dudu”

Responsável pela Ala das Baianas: Marcos Ernane H. da Silva “Marcos das Baianas”

Responsável pela Ala das Crianças: Marina dos Santos Silva

Samba-Enredo:

Autores do Samba-Enredo: Bizuca, Gilson, Walter, Adenildo, Lula, Thionio, Carvalhaes e Maurício Alves

Intérprete: Joelson Ribeiro

Foi o barão quem me chamou
Cheguei e imunizei geral
Trabalhei, me dediquei
No palácio que sonhei
O berço da ciência nacional
Insetizei pra combater febre amarela
E contra a peste foi melhor a prevenção
Varíola, vacinei
Na luta contra a malária
Até pro norte viajei

Comprei rato, matei rato
Enfrentei o mal
Vi malandro criar rato
Na maior cara de pau

Ah! Que saudade
Eu vi o Rio parecido com Paris
Criticado, fui em frente
Pelos portos defendendo a minha gente
Com jeitinho brasileiro
Assumi a direção, dei meu nome à instituição
Que faz um século de glória
Uma bela trajetória a serviço da nação
Pesquisando, reciclando, saneando
Gerando grande obra social
Vai seguindo a FIOCRUZ
Para o povo uma luz
Visando um futuro triunfal
E o Jacarezinho é uma vacina
De felicidade nesse carnaval

Xô doença, ninguém te quer!
Tem saúde a toda hora
Quem receita é o Jacaré

Sinopse:

O Desfile Ala a Ala

I SETOR: A ORIGEM E A EVOLUÇÃO DA CIÊNCIA BRASILEIRA

Dispensando as apresentações, quem vos narra é Oswaldo Cruz e começarei a lhes contar…

COMISSÃO DE FRENTE: Barão de Pedro Afonso – Este é o grande cirurgião e diretor do Instituto Soroterápico Municipal, que recomendado por Emile Roux, me convida para ocupar o cargo de diretor técnico do Instituto.

ABRE–ALAS – O Palácio de Manguinhos: Em estilo mourisco, da maneira que sempre sonhei, este palácio desenhado pelo arquiteto português Luís de Moraes, de aparência soberba e imponente passou a ser pelos tempos símbolo de uma Instituição, nascida sob auspícios geniais e destinado a investigar os segredos da vida.

I ALA – Instituto Soroterápico: Representa o Barão, que teve a árdua tarefa de organizar este Instituto e iniciou logo entendimentos para a escolha dos técnicos brasileiros que deveriam com ele colaborar.

II ALA – A luta contra a febre amarela: Descobri que o mosquito era o causador da doença e que a profilaxia consistia em destruir as larvas e o pernilongo. Era necessário eliminar a moléstia em abril de 1903, e assim criei o serviço de profilaxia da febre amarela (aplicação de inseticidas).

III ALA – Campanha contra a peste: A peste é de origem africana e a enfermidade é transmitida ao homem pela picada de pulgas de rato. Parte da profilaxia da moléstia era acabar com os ratos. Uma curiosidade sobre este assunto era que a cidade estava infestada de ratos, e como deveríamos acabar com estes animais, tínhamos que compra-los, então muitos cidadãos passaram a criá-los para a venda…

IV ALA – Vacinação contra a varíola: Em 1904 a incidência da varíola começou a aumentar assustadoramente, fazendo na média mais de 130 vítimas por semana! Sempre alertei que o único remédio era a vacinação obrigatória e tal fato gerou uma grande polêmica, pois a imprensa atacava violentamente minhas medidas.

V ALA – A malária: Esta enfermidade não foi somente combatida na cidade do Rio de Janeiro, pois tive de ir para o norte do país para combater o mosquito da malária que como a febre amarela provoca febres altíssimas levando a morte.

II SETOR: URBANIZAÇÃO E SANITARISMO

II CARRO – Rio, Bélle Époque: A cidade do Rio de Janeiro estava passando por uma remodelação urbana sob as ordens do prefeito Pereira Passos, onde o objetivo era que a cidade do Rio de Janeiro passasse a ter uma estética européia. Era necessário livrar a cidade de algumas moléstias e eu, Oswaldo Cruz, organizei o Movimento Sanitarista a convite do Prefeito.

I ALA – Bélle Époque: Lembro-me como hoje das modas e dos costumes europeus que o cidadão passou a adquirir naquela época em que a cidade do Rio de Janeiro passou a ser conhecida como a “Paris dos Trópicos”. Ah! Que saudade…

II ALA – Exército sanitarista: Era necessário eliminar com as enfermidades que assolavam a cidade. Os objetivos das nossas campanhas consistiam em eliminar os focos de mosquitos, ratos e quaisquer tipo de sujeiras que pudessem atrair moléstias, também não esquecendo das campanhas de vacinação.

III ALA – A mobilização negativa da imprensa: As minhas atividades como sanitarista foram motivos de constantes manifestações da imprensa. Todos os jornais participavam ativamente daquele agitado início de século em que eu, que já era Diretor-Geral de Saúde Pública, transformei o aspecto sanitário da cidade – tanto os mais “sérios” como o Correio da Manhã, o Jornal do Brasil, O Comércio do Brasil e A Notícia, quanto os periódicos como O Malho, O Tagarela e O Seminário Humorístico, que se caracterizavam pela caricatura – criticavam minhas medidas.

IV ALA – Organização dos Portos: Além das campanhas contra enfermidades no Rio de Janeiro, uma das minhas principais realizações como Diretor-Geral de Saúde foram os planos de aparelhamento dos serviços sanitários dos portos. Desde minha exposição ao governo quando afirmei que depois da profilaxia da febre amarela, o serviço de maior urgência era a organização de defesa sanitária dos portos marítimos e fluviais cujas deficiências nos expunham à penetração ocasional de moléstias infecciosas vindas do estrangeiro.

V ALA – A mudança do Instituto Soroterápico para Instituto Oswaldo Cruz: Como todo bom brasileiro… consegui assumir a direção geral dessa Instituição que passou a possuir o meu nome.

III SETOR: A IMPORTÂNCIA DA FUNDAÇÃO

III CARRO – A realização de pesquisas científicas e investigações tecnológicas. (Com reconhecimento por países do mundo inteiro)

I ALA – Pesquisas com animais (cobaias de laboratório): É através das pesquisas científicas em cobaias que se pode ter uma ideia das reações de doenças ou vacinas.

II ALA – Pesquisas com insetos: Este instituto possui um imenso acervo de insetos possibilitando investigações na área de entomologia, bem como em outros ramos das ciências da Natureza.

III ALA – Botânica: É através das realizações de pesquisas cientificas no campo da medicina experimental , como pôr exemplo ervas medicinais ou até com flores que visamos aprimorar normas para obtenção de produtos imunizantes ou cosméticos.

IV ALA – Bioquímica: É uma ciência avançada , ainda mais com a evolução tecnológica atual, que mostra a reação de substâncias químicas ou tóxicas na circulação sangüinea.

V ALA – Fabricação de vacinas: A Fundação elabora sub-padrões biológicos em colaboração com instituições congêneres nacionais e estrangeiras, tendo pôr objeto a solução dos problemas relativos à saúde publica.

IV SETOR: A IMPORTÂNCIA SOCIAL DA FUNDAÇÃO. (É onde mais me orgulho)

IV CARRO – A urbanização e o saneamento de áreas necessitadas: A Fundação mantém a COOTRAN, que incrementa o cooperativismo como forma de solidariedade junto às comunidades carentes.

I ALA – Geração de emprego e habitação: O material para as edificações é fabricado por novos membros da própria Cooperativa, mediante tecnologia apropriada já desenvolvida pelo Departamento de Saneamento e Ambiente. Com isto o preço reduz-se a metade, gerando significativo número de novos empregos no interior da própria comunidade.

II ALA – Saneamento: É com o trabalho de saneamento em áreas carentes que esta Instituição alerta a população para eliminar os focos de larvas de mosquitos – atualmente transmitem a dengue – e que habitam águas paradas que também podem possuir o vibrião do cólera que pode ser fatal.

III ALA – Reciclagem: A Cooperativa é constituída no momento por cerca de 1.000 trabalhadores entre homens e mulheres da comunidade, que se distribuem nos setores de coleta seletiva de lixo oriundo da própria FIOCRUZ.

IV ALA – A campanha de prevenção de doenças: No caso desta doença que assola o século XX , a síndrome da imune deficiência adquirida, a prevenção consiste em utilização de preservativos e na correta esterilização de seringas e agulhas.

V ALA – Assistência médica: Existem algumas iniciativas e estratégias no campo da saúde, como a implantação de programas de saúde da família, e de agentes comunitários de saúde. Integralidade da atenção, com garantia de retaguarda para internações e tratamento especializado. Dentro da área social da Fundação é importante ressaltar, que são infinitas as atividades no meio como por exemplo o incentivo à cultura, os cursos gratuitos para a comunidade, incentivo e orientação a novas pesquisas, etc…

V CARRO: O futuro da ciência (as futuras perspectivas científicas): Finalizo minhas palavras com a esperança de que no futuro, o homem possa garantir uma posteridade evoluída não só cientificamente, mas moralmente.

Oswaldo Cruz (Cláudio Jesus & Everton Domingues)

Vídeo do Canal do YouTube Azs Zuzarte

Fontes:

Samba na Intendente

Galeria do Samba

Academia do Samba

Portal Fiocruz

Jornal O Globo de 02 de Março de 2000, Matutina, Jornais de Bairro, página 7

Jornal O Globo de 02 de Março de 2000, Matutina, Jornais de Bairro, página 2

Foto de Capa: Wigner Frota

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