Confira a Sinopse da Unidos de Cosmos

Publicado por

Grêmio Recreativo Escola de Samba Unidos de Cosmos

Carnaval 2024

SINOPSE

Era uma vez
(E é ainda)
certo país
(E é ainda)
Onde os animais
Eram tratados como bestas
(São ainda, são ainda)
Tinha um barão
(Tem ainda)
Espertalhão
(Tem ainda)
Nunca trabalhava
E então achava a vida linda
(E acha ainda, e acha ainda)

 

SETOR 1: ABERTURA

Abram alas para a bicharada!!!, pois lá vai o paciente e tolerante jumento, o cachorro amigo e leal, a gata malandra e esperta, a galinha teimosa e inquieta, amigos leais, unidos e forte pelos campos e cidades, no vaivém da ciranda, saltimbanco, poeta, criança, a irradiar luz amor e esperança, nos brejos e esquinas, sonhando ser artistas, sonhando transformar, e revolucionar o mundo com arte, música e poesia.

Aterrorizadas pela figura dos “Barões”, seus antigos donos e pelas lembranças dos maus tratos que sofriam, seguem sem medo, “vira à direita”, “dobra a esquerda”, mas “não volta para trás”! segue errante, fazendo sua revolução.

Mambembe, bota a boca no trombone, o pé na estrada, por caminhos ainda desconhecido, segue o rastro da maldade, na construção de uma consciência até então adormecida.

SETOR 2

À caminhada e árdua, mas não podemos desistir, é preciso perseverar, em busca da felicidade e do sucesso e da salvação.

Nossos animais merecem respeito, basta! não quero vê-los, vivendo por aí perambulando, triste como um cão sem dono, faminto, abandonado.

Burro de carga carregando o mundo nas costas, no lombo.

Precisamos vencer o fogo, salvar a floresta das chamas, tirar os bichos do alvo.

O gafanhoto da maldade e feroz, os “Barões” estão à espreita, a queimar a mata, derrubando a madeira, destruindo os lares de nossos irmãos.

Pobre bichos vítimas da ganancia e da ambição estão prestes a sucumbir.

Vítimas da cruel caçada, e da insana pirataria, que lhe enjaula e lhe tira do seu lugar natural.

A crueldade humana não tem fim, por aqui, bichos sendo cobaias em nome do progresso.

Oh! Meu deus o que será da nossa fauna.

Precisamos reencontrar o paraíso outrora imaginado, por hora perdido. As cidades estão cada vez mais parecidas com a cara dos ‘Barões”, é feia, sem dente, sem dó, correm atrás dos bichos por ruas e viadutos como um pesadelo sem fim.

Pobres animais, Coisa igual nunca imaginei!

Setor 3

Caminhando e cantando, seguem nossos heróis, pela estrada da vida, avistam no caminho um céu colorido, repleto de luzes piscando, onde os cartazes anunciam a bicharada como melhor atração. Seria ali, o circo, a Hollywood sonhada, o paraíso perdido. Teriam finalmente os bichos vencido, e escapado dos maus tratos, do flagelo, e crueldade humana.

Não, ledo engano, o circo estava armado, o animal tá na jaula, os bichos aterrorizados, o palhaço, ri e gargalha do pobre leão, fera ferida no picadeiro. Ser artista aqui, é ser prisioneiro, é ser chicoteado, torturado, escravizado, pelos ‘Barões” vestidos de palhaço.

Setor 4

Precisamos reencontrar o caminho, respirar fundo, caminhar, colocar o bicho na trilha, no trilho.

Pois os “Barões” estão à espreita, são urubus em meio a girassóis.

“Alô, liberdade, desculpa eu vir, assim sem avisar”

Mas de boa, como é, liberdade … Vou ter que requentar o teu café”

Alô, Alô bicharada, é carnaval, vamos tomar a rua fazer nossa revolução.

Fazer dos porcos lideres deste manifesto, fazer barulho, sacudir a multidão, aumentar o som, lavar a alma e transformar “toda velha cidade…” com a nossa rebelião.

Bora Cambada, atira o pau na chica, quebra tudo, pois quem sabe faz agora não espera acontecer.

Vamos adoçar a vida com mais puro mel,

Ser amigo da onça, pagar mico com o mico! Bater um papo com o jacaré da boca grande!  caminhar no passo de tartaruga, sem ter que dar no pé!

E se não for muito pedir, quero um tanto de verde pra respirar, junto a um tanto de mato, entre ruas e edifícios, para brincar.

Quero admirar o voo branco das garças pelas lagoas, ver as araras cruzar o céu, e ouvir todos os outros pássaros livres a piar, de um canto a outro.

Pois afinal nesta nossa revolução, nesta insana epidemia chamada carnaval jaula e gaiola é objeto em extinção, para os animais, e morada para o homem mal, que os bichos maltratam e a terra destrói.

Então que sigamos “Todos juntos…”  lado a lado com os bichos, levando amor onde houver o ódio, pregando que só com a união e a amizade verdadeira, se vence na vida!

Pois afinal!!!!!

Todos juntos somos fortes
Somos flecha e somos arco
Todos nós no mesmo barco
Não há nada pra temer
– Ao meu lado há um amigo
Que é preciso proteger
Todos juntos somos fortes
Não há nada pra temer

Carnavalesco: Raphael Ladeira

 

JUSTIFICATIVA

Respeitável público! Digníssimas autoridades! Ajeitem seus assentos, acordem os juízes, pois a cobra vai fumar, o bicho vai pegar, a porca vai torcer o rabo, vai dar zebra, vai dar bode, pode esperar.

Pois neste carnaval a avenida é da bicharada, e a unidos de Cosmos, a verde e branca mais antiga da zona oeste, fundada em 1948, “é o bicho”.

Que inspirada, no conto, “Os músicos de Bremen”, dos irmãos Grimm, conto onde quatro animais (burro, cachorro, galo e gato) fogem dos maus tratos de seus donos e decidem montar um conjunto musical.

Conto famoso no Brasil com montagem histórica teatral em 1977, “OS SALTIBANCOS”, no Canecão, com músicas escritas por Chico Buarque de Hollanda e direção de Pedro Cardoso, em plena ditadura militar, na vigência do AI-5.

Desta forma apresentaremos na avenida dos desfiles no carnaval de 2024, “A REVOLUÇÃO DA BICHARADA”, um enredo lúdico, ingênuo, mas não deixando de ter um cunho sócio político.

Pois através dessa história revolucionária, que ensina que os subjugados podem modificar a situação se conseguirem ficar unidos.

Que faremos um alerta, contra os maus tratos aos animais em nosso país, cobrando do poder público, politicas, que ajudem a extinguir este tipo de ação por parte do homem contra a nossa fauna.

Trazemos ainda uma mensagem educativa, que ensina que tal como nós, que buscamos fazer o que gostamos na vida, sem viver reprimidos ou escravizados a valores que não acreditamos, os bichos, também gostam da vida e da liberdade. E vivendo, o dia a dia, livre em seu lugar natural, cada um, vai contribuindo para o equilíbrio na vida no planeta Terra.

Irradiando amor e afeto.

Iniciaremos nosso desfile, já no primeiro setor com um basta, pois tal como no conto dos irmãos Grimm, os pobres reprimidos bichos cansados dos maus tratos de seus algozes, “os barões”, picam a mula, dão no pé, em busca do sonho da liberdade, e do sucesso.

Porém já no segundo setor, desta fabula criada, mostraremos que o caminho não vai ser fácil, afinal vida de bicho é difícil pra cachorro.

E lá vão eles pobre animais, assombrados pelos seus “barões”, surge cruéis caçadores, piratas da nossa fauna, vilões da ciência com insanos experimentos. Conhecem ainda a fome e a miséria e o abandono.

No terceiro setor, mostraremos o circo, onde as luzes, a lona colorida, e cartazes anunciam os bichos como grande atração, ocultando cara feia de seus “barões”, travestido de palhaço, esconde ainda a jaula, a dor, a prisão e todo sofrimento a qual os animais são expostos.

Lembraremos ainda que em apenas doze estados brasileiros, existe a proibição de animais em espetáculos circenses, havendo a necessidade ainda de uma lei nacional, para pôr fim nesta pratica cruel.

No quarto e último setor, faremos uma grande brincadeira carnavalesca, vestido com a fantasia dos bichos, transformaremos toda a velha cidade. Propomos uma nova ordem, uma revolução, onde ninguém solta a pata de ninguém.

Aqui é a gata que atira o pau na chica, a onça dança de porta bandeira com o jacaré, a garça é bailarina, o macaco é passista folião, pássaros voam livre piando a linda canção, livre de gaiola ou prisão. Pois aqui jaula é para o homem mau, bicho papão.

Então “Se liga no Batuque”, meu irmão, pois aqui é o bicho, é ódio transformado em amor.

É a amizade verdadeira, em busca do sucesso.

Raphael Ladeira

Deixe uma resposta

Esse site utiliza o Akismet para reduzir spam. Aprenda como seus dados de comentários são processados.