Escola: G. R. E. S. Unidos da Ponte
Enredo: AFRICANIDADES: DO CONTINENTE NEGRO À PEQUENA ÁFRICA… NOSSA IDENTIDADE CULTURAL
Carnavalescos: André Wonder e Fernanda Raisa
Data, Local e Ordem de Desfile: Grupo de Acesso B, 11ª Escola de 09/02/2016, terça-feira, Estrada Intendente Magalhães, Campinho/RJ.
Samba:
Compositores: Sidney de Pilares, Serginho Castro, Érico Rocha, Braguinha, Fernandes e Dinho
Intérprete: Lico Monteiro
Letra:
Sopro sagrado de Olorum / Criador dos meus ancestrais
O negro atravessou o mar / Com sua bravura veio aportar
Brilhou no horizonte a liberdade / Sou filho da esperança e da igualdade
No toque do xirê, um culto aos orixás / Traz a magia dos rituais
Ayô… Vem no toque do tambor / A negritude não vai se calar
E com a força desse povo vencedor / Ogã firma o ponto, saravá!
Tem feijoada, quer provar? / Olha o Akará do dendê, vem ver
Nos búzios a verdade é revelada / Na pequena África da Tia Ciata
Tem gingado ao som do berimbau / É canto, é dança, raiz cultural
Abre a roda ioiô… Iaiá… / Tem samba até o sol raiar
Tenho alma africana / É soberana a nossa fé
Vai renascer o meu sonho / E a Ponte traz axé!
Sinopse:
Sou mais um guerreiro nessa história.
Não importa de onde vim e quem eu sou
Sou Mina, Banto, Jêjê, Benguela, Nagô
Sou Guiné, Angola, Moçambique, Daomé
Vim trazido pela força de Afefé
Nos caminhos da Calunga.
Sou senhor de um tempo longínquo
Lembro que contávamos os mistérios pelo saber da palavra
E então, quando a palavra ganhava ritmo
Entoava canções compassadas
Evocando forças ocultas de divindades e Egunguns:
Canto e dança. Corpo e alma. Ayo.Xirê dos orixás!
Firmou-se assim a tradição de nosso povo
Crenças, valores, saberes, encantamentos e magias
Era lição dos bons ouvintes repassar a beleza
De toda a nossa ancestralidade.
Ilê Aiyé. Da terra viemos, para ela voltaremos.
Até um dia querida Pátria – Mães
Deixamos a nossa terra, mas a trouxemos conosco
Pois a raiz sagrada fincada em solo místico
Foi matizada no solo Novo.
Quando aqui atracamos tentaram nos despir
Para além das nossas vestimentas:
Impuseram suas crenças, seus modos e costumes
Mas não conseguiram subtrair a força da sabedoria
E através dela que tratamos de repassar nossa cultura.
Dissipamos por vários cantos deste país
Nosso sangue e suor abasteceram Impérios e ergueu Nação.
Vimos uma cidade crescer “alimentada” pelo doce sabor da cana;
Enquanto o Rio de Janeiro gozava em ser a capital do Imperador.
Mas não se limitou à economia nossa contribuição
Pois enquanto todos saboreavam das riquezas conquistadas
Foi mexendo bem no fundo da panela
E socando tudo num bom pilão
Que nossa culinária caiu no gosto da população.
“Quem vai querer Àkàrà?
Tem Àkarà no azeite de dendê, venha ver!
Mas se não gostar não se avexe, moleque!
Tem caruru e vatapá, tem feijoada!
Venha provar!
O santo pede… o filho dá!”
Àjóyó! Afinal, jamais deixamos de cantar e dançar!
Trouxemos nossa típica alegria entre tanta saudade e dor
Mas hoje esta é a grande ponte que nos une
E temos o dever de manter a chama acesa
Portanto que rufem os tambores, os atabaques, agogôs, tamborins e pandeiros
Chamem os capoeiras, os congos, os jongos, afoxés, ijexás e partideiros.
Entra na roda do meu samba e vem sambar
Pois aqui a tem batucada, tem africanidade, até o sol raiar!
Asè! Saravá!