CARNAVAL 2020
FBCERJ / GRUPO B
GRÊMIO RECREATIVO BLOCO CARNAVALESCO OBA-OBA DO RECREIO
Presidente – Júlio Araújo
Ordem no Desfile – 3º Bloco de Enredo a desfilar
Enredo: CACAHUATT, O ALIMENTO DOS DEUSES
Carnavalesco – Laerte Gulini
Apresentação:
O chocolate nasceu como a bebida preferida dos deuses Maias. Virou moeda para os Astecas e se tornou barra no século 19, na Europa. Alimentou o exército americano na Segunda Guerra e a ciência descobriu suas capacidades antidepressivas. Nos últimos 3.500 anos, o alimento feito à base de cacau já passou por quase todo tipo de forma, cor e sabor: bombom, oval, branco, amargo. É tanta polivalência que até uma versão inalável surgiu em 2009.
Justificativa:
Queremos mostrar o verdadeiro gosto do chocolate, que é gostoso, além de ser um alimento funcional. Assim como o vinho, o público precisar ter a cultura do chocolate para buscar as nuances de sabor.
As pessoas, de um modo geral, estão constantemente em busca de uma razão para comer chocolate, de modo que o calendário oferece muitas desculpas para você comprar uma barra. O dia 07 de julho é o dia do chocolate, uma tradição histórica. Há também o Dia Nacional de Chocolate ao Leite em 28 de julho, Dia Internacional de Chocolate em 13 de Setembro, e Dia Nacional do Chocolate Com Amêndoas em 7 de novembro.
Objetivo:
Conhecer a história do chocolate.
Comprovar que o chocolate é uma fonte de energia.
Entender os benefícios do chocolate.
Difundir o uso do chocolate em geral.
Aprender sobre a produção de chocolate.
Sinopse:
Um dos mais divinais prazeres atuais, o chocolate, tem as suas raízes há mais de três mil anos. O chocolate vem da semente do cacau, que cresce na árvore de cacau. Isso faz com que a parte mais importante do doce seja um vegetal. Apesar de as árvores do cacau poder viver até os 200 anos de idade, elas só fazem grãos de cacau por apenas 25 anos de sua vida útil. Por meio de análises de DNA, cientistas apontaram a América Central como o berço do cacau. Viajantes das rotas comerciais carregaram as sementes para a América Central entre 1.500 a.C e 200 d.C. O povo Olmeca, uma das primeiras civilizações mesoamericanas, onde hoje é o atual México foi o responsável pelo início do cultivo da planta que mais tarde deu origem ao chocolate.
No século 4, a civilização Olmeca já não existia e na mesma região estava instalada a civilização Maia. O clima úmido servia na perfeição para a plantação e desenvolvimento da planta “cacahuachtt” (assim batizada pelos Maias). Na sociedade Maia existia a crença de que aquela planta pertencia aos deuses e que os seus frutos eram uma dádiva ao homem. Nessa época não se usava o cacau para fazer chocolate, pois não existia esse conceito. Mas foram os Maias os primeiros povos a criar uma bebida derivada do cacau.
Basicamente era uma bebida fermentada feita com as sementes do cacau que eram torradas, moídas e misturadas com pimenta. Apesar de ser bastante amarga, esta bebida era muito apreciada por reis e nobres, que a bebiam em celebrações importantes. No Século 15, os Astecas dominaram a civilização Maia. O cacau passa a servir de alimento para o deus Tenochitlán. Adoçada com mel e especiarias, ganha o nome de cacahuatt (água de cacau) ou xocoatt (água amarga) e só circula entre os nobres. Para os Astecas, o cacau servia como uma fonte de energia e de sabedoria espiritual. Por isso era dado aos guerreiros para lhes dar força nas expedições militares.
Relativamente à chegada do cacau à Europa, sabe-se que foi Cristovão Colombo que o trouxe, por alturas da sua quarta viagem ao Novo Mundo, lá para o ano de 1502. Mas só em 1519 é que se redescobriu o cacau, através das conquistas no México levadas a cabo por Hernando Cortez. Nessas expedições, este conquistador espanhol experimentou pela primeira vez o “Cacahuatt”, uma bebida que era muito apreciada pelo último rei Asteca, Montezuma II. Cortez ficou também fascinado com a forma como os Astecas tratavam as sementes de cacau, quase como se fosse o tesouro mais valioso que tinham. Isso aumentou a sua admiração pela recente descoberta, e assim Cortez trouxe esse fruto para Espanha. Mesmo não apreciando muito a bebida, os espanhóis perceberam rapidamente que o cacau tinha um enorme potencial como moeda de troca. O cacau já funcionava como moeda entre Maias e Astecas e, com o domínio dos espanhóis, a partir de 1502, o uso continua. Um escravo custava cem sementes de cacau. Dez sementes pagavam uma prostituta e quatro davam direito a um coelho no jantar. Foi devido a isso que começaram a criar enormes plantações de cacau no México. Para facilitar o transporte e a confecção da bebida, os espanhóis passaram a aglomerar o cacau em tabletes. No século 16, á base do trabalho braçal de escravos africanos, a Espanha e Portugal se tornam principais fornecedores. O chocolate quente vira sensação na Europa e a rainha Anna, da Áustria, vira “chocólatra”.
Mas foi preciso aguardar mais de 30 anos para se dar a verdadeira revolução da indústria do cacau e que permitiu a criação do chocolate praticamente como hoje o conhecemos. E essa revolução veio da Holanda. Em 1828, Conrad Van Houten, um químico holandês inventou uma prensa hidráulica que, pela primeira vez, conseguia extrair para um lado a manteiga de cacau e para o outro a massa de cacau, ou a “torta”. Este processo teve logo o condão de reduzir o sabor amargo e a acidez do produto final. A massa de cacau era depois pulverizada até se transformar em pó de cacau. Depois, juntavam-se sais alcalinos a este pó de cacau, que permitia que fosse facilmente dissolvido em água. Em 1876, o suíço Daniel Peter tentou durante 8 anos, adicionar leite ao chocolate mas sem conseguir chegar a um resultado satisfatório. Já quase a desistir, resolveu apresentar o seu problema a Henry Nestlé, um fabricante de leite evaporado. Por essa altura, Henry Nestlé tinha acabado de melhorar a sua produção de leite condensado. Foi quando decidiram adicionar leite condensado ao chocolate. A mistura fez sucesso e nasceu assim o chocolate de leite.
No ano de 1746 é que se tem registro da primeira plantação de cacau no estado da Bahia. As sementes foram trazidas do Pará pelo colonizador Antônio Dias Ribeiro. Em 1752, o cacau chegou a cidade de Ilhéus, tornando-se o principal polo de cacau da Bahia e com o maior porto exportador do país.
Quase toda a safra era exportada, porque não se tinha o costume de consumir o fruto e seus derivados no Brasil. As primeiras fabricações nacionais só surgiram na virada do século XX, sendo este período o auge da produção de cacau no Brasil.
Em 1913, foi publicada a primeira receita de “tabletes de baunilha”, um doce feito com manteiga de cacau, açúcar, leite e baunilha, depois batizada de “chocolate branco” que de chocolate só tem o nome: a fórmula não leva cacau, apenas a gordura tirada da semente.
Em 1937, o poder energético e antidepressivo do chocolate é reconhecido pelo exército americano e começa a fazer parte da “ração D”, levada para a guerra pelos soldados e em 1970 começa a fabricação brasileira de chocolate diet, para pessoas com diabetes. O sabor era muito ruim e só melhora a partir de 1980, com a combinação de novas substâncias para adoçar o cacau. No campo da medicina, pesquisadores, comprovaram que o consumo de chocolate tem o poder de reduzir a pressão sanguínea em pessoas com hipertensão. Também é considerado afrodisíaco, sendo que o chocolate, feito a partir do cacau, foi avaliado por exercer vários efeitos sobre a sexualidade humana, atuando principalmente como um eficaz afrodisíaco. Ele ajuda no combate à depressão, à hipertensão, aos tumores e ao stress. Mas deixemos de história e livres de depressão e stress, vamos energizar o nosso desfile de carnaval com cacahuatt, o alimento dos deuses.