Escola: G. R. E. S. Tradição
Enredo: CLEMENTINA, CADÊ VOCÊ?
Presidente: Raphaela Nascimento
Carnavalesco: Leandro Valente
Data, Local e Ordem de Desfile: Grupo de Acesso B, 14ª Escola de 09/02/2016, terça-feira, Estrada Intendente Magalhães, Campinho/RJ.
Samba:
Compositores: Arlindo Neto, Lequinho, Junior Fionda, Pixulé, Tinga, Gabriel Martins, Zé Luiz Escafura, Anderson Lemos, Fadico e Igor Leal
Intérprete: Marquinho Silva
Letra:
Eu vou cantarolar a noite inteira / Dando um banho na tristeza / Faço a festa começar
Firmei partido lá na casa de sinhá / Mas batuque na cozinha a sinhá não quis deixar
E quem diria fui aplaudida de pé / Pelas asas de um anjo não perdi a minha fé
E eu venci… Marinho só… / E na tristeza eu dei um nó… / Soltei a voz e cantei feliz!
E eu venci… Marinho só… / E na tristeza eu dei um nó… / Jamais esqueci a minha raiz
Sonho meu… / Vai buscar os meus amores / E também os dessabores que na vida encontrei
Um brinde a felicidade / Num gole pra matar essa saudade
Hoje o partido é firmado na palma da mão / E meu nome lembrado em mais um refrão
Dessa gente que ergue a bandeira do samba e da Tradição / Vem ver a rainha brilhar
Nas rodas da vida sambar / E eternamente o povo a cantar!
Cadê você menina? / De Jesus onde andará Clementina?
Sei que você estará / Aonde o samba firmar (Pra vadiar…)
Sinopse:
Cantarolava desde menina, mas a vida dura por muito tempo não deixou meu canto embalar. Muita faxina fazia para meu pão poder ganhar. Ninava as crianças para o choro acalentar. Depois batucava na cozinha para eu não chorar! Mas batuque na cozinha, sinhá não quer. Por causa do batuque, eu queimei meu pé.
Morei em Mangueira, Oswaldo Cruz e Madureira. Um dia cantei alto e um moço importante eu fiz sorrir! Subi então aos palcos sem maldade e fui aplaudida aos 63 anos de idade. Deixei raiz e legado. Ser reconhecida era um sonho que não tinha nem como imaginar. Era como não ser dali. Era como não ser de lá. De São Salvador ou terras de além-mar, solitária como um marinheiro só!
Cantei com vozes importantes e muito premiada eu fui. Mas nunca liguei para o luxo, pois do morro eu vim e na pobreza me criei. Minha vontade era a voz soltar. Errei, acertei e amei até quem não deveria amar! Com torresmos à milanesa e um copo de cerveja brindava a vida que não era brincadeira. No samba me reinventei e fiz o meu lar. Sambista me tornei com orgulho a bradar. Fui coroada rainha do partido alto, interpretei, criei e tive o meu lugar. No carnaval cantava jongos. Era batuque sem parar. Hoje, sou homenageada e vou para a folia vadiar! Quer me achar? É muito fácil, estou em todo lugar. Vou vadiar, vou vadiar… . Ah, eu vou!
Leandro Valente